Amélia Sá Nogueira, do Conselho da Cidade, mostrou uma peça de fruta estrangeira que viajou 10 270 Km para ser vendida nas Caldas

A antiga Lavandaria do Hospital das Caldas acolheu o evento do Conselho da Cidade e que reuniu mais de sete dezenas de pessoas

Quilómetro Zero, Gastronomia, Pegada Ecológica foi o tema da iniciativa que teve lugar no serão de 28 de Fevereiro na antiga Lavandaria do Hospital. A conferência serviu para dar a conhecer as iniciativas Km Zero, que têm sido feitas pela Rede de Cidadania de Montemor-O-Novo Km Zero. Estas começaram há dez anos em nome da sustentabilidade e da necessária protecção do ambiente. A população humana continua a consumir mais do que os recursos disponíveis e, por isso, tornou-se premente rever o modo de vida. Há, pois, quem defenda que é preciso consumir o que está mais próximo, apostando forte na economia local. “Tudo começou com a venda de pão e de jornais no mercado municipal”, contou Rogério Godinho, médico que deu a conhecer também as múltiplas acções relacionadas com a gestão sustentável, com a defesa da economia local e com a soberania alimentar. Estas estão a decorrer há vários anos no seu concelho e são concretizadas em nome de uma cidadania mais responsável. Promovem-se há anos almoços e jantares com a população, chamando a atenção para a importância do consumo dos bens locais. Também estão a procurar implementar uma moeda local.

Replicar noutras locais

“Estes projectos são replicáveis noutras localiodades e ajuda poder contar com as entidades públicas”, disse o orador, que considera que estas acções podem ser levadas a cabo por grupos de cidadãos.
As acções Km Zero começaram em Itália e hoje têm lugar em vários países europeus. “Em Espanha, quem mais promove acções são as associações ligadas à restauração”, disse Rogério Godinho, explicando que os cidadãos estão interessados em menus feitos com produtos produzidos localmente. Defendeu, ainda, que se devem pressionar os poderes para que haja este tipo de alimentação nas cantinas das escolas, sobretudo onde há produção horto-frutícola. Seguiram-se os comentários de José Carlos Faria, Paulo Caiado e de Amélia Sá Nogueira. Esta última, responsável do Conselho da Cidade, adquiriu fruta em supermercados caldenses e trouxe para a sessão pêras da Argentina, cebolas da Alemanha e maçãs oriundas da China. José Carlos Faria relembrou que, no século XIX, Grandela e Bordalo ao se banquetearam com pratos de peixes da Lagoa e couves da região já defendiam o conceito de Km Zero. Paulo Caiado sublinhou o facto das Caldas ter produção agrícola mas de ser também a capital dos supermercados, pois possui 14 unidades.

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