Inédito: de pé a passear no lago

Pelas 15h00 do dia 28 de Agosto chegaram ao lago várias pessoas com pranchas e remos na mão, outras com pranchas insufláveis e remos desmontáveis em mochilas.
Enquanto alguns falavam da cor e qualidade da água, um dos participantes – o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia – colocou a prancha na água e deu de imediato uma primeira volta ao lago. Logo outros se seguiram e de repente há mais de uma dezena deles a remar com os pavilhões como fundo.
Dos mais velhos, aos mais novos, muitos quiseram experimentar a actividade neste local. Nas margens, quem via, achava engraçado e tirava fotografias.
Os mais experientes dão aos mais novos uma pequena explicação, para esclarecer que o SUP é uma questão de equilíbrio e para ensinar onde se deviam colocar na prancha e como faziam para a virar. Depois os participantes colocavam-se de joelhos em cima da prancha e, após algumas remadas para ganhar confiança e encontrar equilíbrio, levantavam-se. A partir daí é só disfrutar do passeio e das vistas, com atenção para não perder o equilíbrio. Nenhum participante caiu ao lago.
Esta foi uma iniciativa inédita da Gazeta das Caldas em parceria com o Peniche Surfing Clube e contou ainda com oito alunos das escolas Raul Proença e Santo Onofre. Com idades entre os 12 e os 14 anos, estes jovens pertencem à equipa de canoagem do Desporto Escolar. Inês Cordeiro, uma das alunas, afirmou que tinha gostado. “Já tinha feito e não foi difícil, mas quase caí porque escorreguei”, contou, acrescentando que “os animais pregam alguns sustos quando fazem barulhos”.
Já Rita Piedade achou fácil equilibrar-se e colocar-se de pé, mas “é difícil virar pois é preciso fazer muita força”. Relativamente à paisagem, considerou que o Parque “é um bom sítio porque é muito tranquilo”.
A iniciativa proporcionou um cenário diferente a quem participou, mas também a quem assistiu pois pela primeira vez viu pranchas naquele lago.

: a modalidade que permite andar sobre a água

É um dos desportos aquáticos mais populares de momento e na região Oeste também o Stand Up Paddle (SUP) tem cada vez mais adeptos. Basta uma prancha, um remo e um plano de água para que seja possível pôr em prática esta modalidade, que nasceu no Havai em meados dos anos 60.
O SUP está directamente ligado ao surf, uma vez que surgiu do facto dos professores e mestres de surf darem as suas aulas enquanto se mantinham em pé nas suas pranchas, apoiados com um remo. O objectivo era terem maior visibilidade sobre os seus aprendizes.
Já em 2000, alguns dos surfistas havainos mais conhecidos internacionalmente acabaram por iniciar a prática de Stand Up Paddle, alternando esta modalidade com os treinos de surf, principalmente nos dias em que o mar não estava favorável para apanhar ondas.
O SUP pode ser praticado em quatro categorias: race, wave, freestyle e rafting. Na primeira o objectivo é terminar um percurso em cima da prancha no menor tempo possível, enquanto na segunda mistura-se o surf com o Stand Up Paddle, de forma a que o atleta realize manobras sobre as ondas com o auxílio do remo.
Já na modalidade de freesytle (a mais praticada) pretende-se que os participantes realizem manobras apenas com a ajuda do corpo e do remo, enquanto o rafting é praticado por quem adora fazer percursos por rios e riachos. Mas o SUP pode também ser praticado apenas por lazer ou relaxamento: há mesmo quem já fale do SUP Yoga.
As principais mais valias do Stand Up Paddle é que se trabalha todo o corpo – ao mesmo tempo que se treina o equilíbrio – e que é um desporto que pode ser praticado por pessoas de todas as idades em ambientes muito diferentes. No mar, numa lagoa, num rio ou numa baía. O requisito é haver água.
Desde 2014 que Peniche recebe a competição Peniche Paddle Series em que uma das provas mais impressionantes consiste precisamente na travessia até às Berlengas em cima de uma prancha de Stand Up Paddle. M.B.R.