A nova igreja custou 600 mil euros | ISAQUE VICENTE
Na manhã do passado domingo foi inaugurado o novo templo da Assembleia de Deus Pentecostal, na rua Albano Figueiredo, lote 6. Nas Caldas esta Igreja existe há 75 anos e conta com cerca de 200 fiéis. Na inauguração estiveram 400 pessoas a visitar as instalações, que custaram 600 mil euros e que foram realizadas pelo construtor Henrique Querido.
Mal entramos, à esquerda temos a recepção, uma livraria e as casas de banho. Ao centro estão as escadas para o primeiro andar. E à direita o auditório com 270 lugares e onde se inclui também a “sala das mamãs” (que serve como fraldário) e o baptistério ao fundo.
No primeiro andar existe um pequeno auditório, com cerca de 96 lugares, onde é projectada a imagem do que está a acontecer no grande auditório. Também neste piso existem seis salas dedicadas à escola dominical.
O pastor Manuel Matos, responsável pela congregação desta igreja nas Caldas, explicou à Gazeta das Caldas que o novo edifício traz várias vantagens. Primeiro, porque é novo, o que lhe confere maior conforto e segurança. Depois porque tem melhor visibilidade, localização e estacionamento e é mais espaçoso do que o anterior. Do antigo, na rua Dr. José Saudade e Silva, trouxeram um painel de azulejo.
Conforme Manuel Matos explicou, as principais diferenças entre esta Igreja e a católica é que neste caso consideram “Deus o único ser adorável”, portanto, não prestam culto a imagens de escultura.
Outra diferença é que não baptizam crianças porque “na Bíblia diz que só deve ser baptizado aquele que crê”. Ora não é o que acontece no caso das crianças pois são os pais quem decide. “Isso é anti-biblíco”, afirmou. E o baptismo não é por aspersão, mas sim por imersão. Outra diferença é que não acreditam na existência do purgatório, mas apenas no Céu e no Inferno.
Esta Igreja tem uma forte relação com o Brasil porque foi trazida para Portugal por emigrantes portugueses que lá haviam estado nos finais do séc. XIX e que em 1913 regressaram a Portugal para dar a conhecer esta fé. Às Caldas chegou em 1941, com reuniões numa azenha nas Águas Santas. Dez anos mais tarde inauguraram uma igreja perto da Praça de Touros e cinco anos depois na Rua da Feira. Em 1975 mudaram-se para a Rua Raul Proença e 15 anos depois para a última, onde ficaram até domingo passado.
Pretendem continuar com a escola de música e o coral, bem como o trabalho que fazem na visitação a reclusos e doentes. Para o futuro pretendem abrir uma loja social e um café-convívio para ajudar toxicodependentes.
O pastor António Lourenço, que consagrou aquela igreja a Deus, salientou que “este templo tem uma missão muito importante, que é tratar do relacionamento entre as pessoas”.
Tinta Ferreira, presidente da Câmara das Caldas, já depois de ter descerrado a placa de inauguração, destacou “o serviço inestimável das religiões” no equilíbrio social.
Joana Patuleia, directora do Estabelecimento Prisional de Caldas da Rainha, recordou o trabalho desenvolvido por esta igreja junto dos reclusos que estão a ser reintegrados.
Abílio Camacho, presidente da União de Freguesias de Santo Onofre e Tornada, referiu que “temos muita gente a precisar do vosso apoio” e mostrou-se esperançado “que esta casa vá fazer o bem aos que mais necessitam”.
A inauguração contou com cerca de 400 pessoas | ISAQUE VICENTE