Imprensa apresenta o seu caderno reivindicativo no seu dia

0
672

DSC_0042Sob o tema “O Negócio Sustentável da Imprensa na era digital”, foi comemorado no Convento de Cristo, em Tomar, no passado dia 17, o Dia Nacional da Imprensa, a que acorreram os principais jornais portuguesas da imprensa escrita nacional e regional.
No decorrer da sessão foram apresentados por especialistas nacionais comunicações sobre alguns dos temas mais pertinentes com que a imprensa portuguesa vive, nomeadamente sobre o digital (“O negócio tradicional já é digital”) e sobre o Ad Blocking – a ameaça dos hackers, onde foram abordadas as questões da concorrência e da limitação na transmissão das notícias e da publicidade na Internet.
No final, o presidente da Associação Portuguesa de Imprensa, João Palmeiro, fez perante o representante do novo ministro da Cultura, que tutela a área da Comunicação Social, um resumo das principais questões que se colocam em Portugal à imprensa e apresentou uma espécie de caderno reivindicativo da imprensa portuguesa e que se resume nas seguintes proposta:
“- IVA nas edições electrónicas idêntico às edições em papel;
– Incentivos em sede de IRS para quem compra ou assina jornais ou revistas;
– Publicidade institucional do Estado;
– Publicidade obrigatória (actos de registo e notariado – concursos públicos);
– Direitos de autor sobre utilizações comerciais dos conteúdos como o clipping;
– Incentivo à leitura adaptado à nova realidade dos correios privatizados;
– Plano de leitura que permita 10 jornais em cada turma;
– Regulamentação dos suportes digitais das autarquias e dos serviços públicos utilizados como se fossem jornais, rádios ou televisões, o que configura concorrência desleal;
– Ajustamento do código da publicidade.”
Para justificar estas propostas, João Palmeiro referiu que mesmo assim “se o sector não olhar com criatividade para o seu negócio, se não conhecer os exemplos internacionais de inovação, se não se inspirar nas boas práticas já adoptadas pelo sector, mesmo que noutros países, se não acompanhar de perto os seus clientes/leitores, não há apoios que permitam a sustentabilidade saudável da imprensa”.
E depois afirmou que “os estudos internacionais dizem-nos que é a informação jornalística e noticiosa de proximidade que está em melhor posição  para sobreviver à globalização do mundo informativo digital. O seu capital de proximidade e de afectividade é um trunfo único. É preciso tirar partido dele.”
A concluir defendeu que é “preciso encontrar soluções para que ele não se perca no tempo. Sem renovação qualquer indústria morre. E não fiquemos só à espera do Estado para mudar um status quo que interessa muito a quem está instalado. Ousemos ir mais longe. Ousemos transformar as nossas marcas (ou seja, os títulos dos jornais) em activos monetarizáveis”.

- publicidade -