A igreja paroquial de A-dos-Francos está em obras de recuperação, conforme foi dado conta em Outubro de 2017 na Gazeta das Caldas. A empreitada, que irá recuperar as pinturas originais do templo e que custará cerca de 80 mil euros, deverá estar terminada em Maio. O nosso jornal foi espreitar e dá hoje a conhecer aos seus leitores aquilo que já está feito.

Debaixo do azul com que foi pintado um tecto da igreja de A-dos-Francos já se começa a perceber o que ficou escondido nas últimas intervenções. Em vez de tudo azul turquesa, aparecem desenhos pormenorizados, que são depois replicados por um restaurador.
“Queremos repor a verdade histórica”, disse o padre José Gonçalves, salientando a delicadeza deste trabalho. “Estamos a fazer um trabalho muito sério e muito profundo que penso que irá dar à igreja um brilho diferente”, realçou.
A obra está sensivelmente a meio. Neste momento decorrem as pinturas na parte de trás do altar-mor, cujas madeiras já foram recuperadas. É lá que, em cima de andaimes, encontramos um homem a pintar os pormenores que antes estavam escondidos.
Simultaneamente trabalha-se na parte eléctrica, sendo que neste campo só falta mesmo passar os fios e ligar à corrente. Os sinos estão em Braga a ser limpos e reparados, devendo regressar a A-dos-Francos esta semana.
Neste templo existiram dois altares laterais, que já não lá estavam, mas serão recriados nesta intervenção.
Prevê-se que a conclusão dos trabalhos ocorra em Maio – sendo o prazo limite da empreitada até Setembro – e que estes custem 80 mil euros. A Câmara das Caldas irá suportar 25% do custo total e a população da freguesia tem respondido positivamente aos peditórios e eventos lançados pela paróquia.
Além de delicada, a obra é morosa e exige um grande conhecimento e rigor. Nesse sentido, a parte do restauro está a ser assegurada apenas por um restaurador, que ali trabalha todos os dias.
“Estamos a fazer todos os possíveis para recuperar a imagem da igreja”, salientou o pároco, mas nem tudo irá ficar igual à fotografia de 1962 que serviu de guia à recuperação: o chão, por exemplo, era em pedra e não será replicado.
Já a substituição do relógio, que em Outubro de 2017 gerou polémica porque muitos paroquianos preferiam que fosse o velho relógio a dar as horas, vai mesmo avançar. A máquina do relógio será recuperada e exposta em vitrine e a igreja não resistirá ao progresso e passará a ter sinos computadorizados.
O padre esclareceu que o relógio “esteve 40 anos sem ser oleado e os dentes ficaram gastos”. Por isso, segundo os técnicos, a reparação do mesmo não era viável.
As últimas obras na igreja paroquial de A-dos-Francos foram há três anos com a pintura do exterior do templo. Antes havia sido instalado um telhado novo.
Até à conclusão das obras, as missas decorrem no Centro Paroquial ao lado da igreja. Aos domingos, durante as horas da missa, os populares podem visitar (e visitam) o seu templo para ver como está a correr a empreitada.































