
Com a obra concluída, está por concretizar a fixação do órgão seiscentista à parede, que aguarda autorização
da DGPC.
A decorrer desde janeiro de 2021, a intervenção na Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, nas Caldas, ficou concluída em dezembro passado. Neste momento a única situação pendente é a aprovação, por parte da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), da fixação do órgão seiscentista, que se encontra no coro alto, à parede. O instrumento foi também intervencionado e necessita de ser fixado tendo em conta que o estrado é de madeira e terá oscilações que fazem o descentramento das suas palhetas do órgão, explicou à Gazeta das Caldas o vice-presidente da Câmara, Joaquim Beato. O pedido já foi feito há vários meses e o autarca acredita vir a ter uma resposta em breve e que, “se for de acordo com o que pretendemos será uma intervenção muito rápida”. Por outro lado, se a opção for por utilizar o templo sem o órgão, então a abertura poderá acontecer mais cedo. A Câmara tem prevista uma reunião com a administração do Centro Hospitalar do Oeste (que é o proprietário da igreja) para combinar as ações que levarão à reabertura do templo.
A empreitada, com um orçamento de cerca de 500 mil euros (custeada pela Câmara com comparticipação de fundos comunitários), não derrapou dos valores inicialmente previstos.
A intervenção abrangeu o interior e exterior da igreja, abarcando o revestimento azulejar, as cantarias, o retábulo em talha dourada, bem como alvenarias e sistemas de drenagem e sistema elétrico. Sofreu um atraso significativo aquando dos arranjos exteriores terem sido encontrados vários esqueletos humanos, que estavam sepultados no adro da Igreja. “Cada situação que se encontrava tinha de ser identificada, fotografada e levantada, num processo que contou com a colaboração do gabinete de Arqueologia e da DGPC”, refere o autarca, acrescentando que, de acordo com o projeto, a opção foi de impermeabilizar o local, com calçada. Joaquim Beato considera que a igreja ficou dignificada e melhorada no que ao seu uso diz respeito e, enquanto património, fica bem preservado. Por concluir está a iluminação cénica, que é respeitante a outra empreitada.
Construída nos finais do século XV, a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo está associada à génese da cidade e é o único exemplar no concelho classificado como património nacional. Foi no seu adro que Gil Vicente apresentou o Auto de S. Martinho, escrito em 1504, à rainha D. Leonor.






























