Nascida no Vale do Coto, durante a I Guerra, reside no Condomínio Dom Dinis, onde os familiares lhe prepararam uma festa surpresa
Idília Susana Plácido celebrou, na passada segunda-feira, 105 anos de vida. Nasceu a 29 de agosto de 1917, no Vale do Coto, em plena I Grande Guerra, os pais eram agricultores e a caldense trabalhou na fazenda até aprender a costurar. O jeito para a costura levava a que houvesse, na cidade, quem procurasse os seus serviços. As senhoras mais abastadas encomendavam-lhe trabalho e lá vinha ela, de máquina à cabeça, a pé, até às Caldas, pernoitando várias vezes nas casas das clientes.
Em meados do século passado, já depois da II Grande Guerra, casou por procuração com o marido, que era natural do Chão da Parada, mas estava nos Estados Unidos da América. E lá foi ela, com pouco mais de 30 anos, para Nova Iorque, sozinha, num barco que atravessou o Oceano Atlântico. Na cidade que nunca dorme trabalhou em grandes fábricas de costura. Ganhava à peça, pelo que, para maximizar os rendimentos, tentava fazer o mínimo de paragens possíveis. Ou seja, parar, só mesmo para ir à casa de banho… O almoço era uma sandes, comida a despachar.
Foi na América que o casal viveu o 25 de Abril, voltando anos mais tarde a Portugal, mas numa curta passagem que durou apenas alguns anos, antes de novo regresso aos Estados Unidos, onde haveria de continuar a trabalhar, mas agora como doméstica. Já em meados da década de 1980, regressariam definitivamente a Portugal, para viver nas Caldas da Rainha.
Idília Plácido tem tido uma vida de trabalho e uma vida feliz. Guarda com carinho as memórias dos tempos de infância, em que trabalhava na fazenda dos pais e também os momentos que viveu do outro lado do Atlântico, como por exemplo, os passeios, aos fins de semana, pela 5ª Avenida, para apreciar as montras das lojas, depois dos dias cansativos de trabalho.
Atualmente, esta viúva reside no Condomínio Dom Dinis, onde já comemorou o seu centenário e, agora, o seu 105º aniversário. No dia em que comemorava esta simbólica data, a jovem foi surpreendida pelos familiares, que organizaram uma festa sem a avisarem. Depois de cantados os parabéns pelos familiares e pela equipa que trabalha no condomínio, apagou as velas e comeu-se o bolo.
Ana Raimundo, coordenadora do Condomínio D. Dinis, fundado em 2005, explicou que têm atualmente cerca de 35 colaboradores e 60 utentes, existindo algumas vagas nos 62 apartamentos. ■






























