Hotel de luxo no Mosteiro de Alcobaça qualifica oferta turística da região

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Marcelo Rebelo de Sousa foi o cicerone de serviço numa noite “histórica” para Alcobaça

Investimento da Visabeira permitiu recuperar Claustro do Rachadouro e criar primeira unidade hoteleira num monumento classificado pela Unesco.

Alcobaça viveu um dia “histórico”, no passado sábado, com a inauguração do Montebelo Alcobaça Historic Hotel, infraestrutura que permite qualificar a oferta turística do Oeste e que se tornou na primeira unidade hoteleira de cinco estrelas do concelho e a primeira a ser erigida num monumento classificado pela Unesco.
A presença do Presidente da República e de vários ministros e secretários de Estado, além do presidente de Moçambique, abrilhantou o pontapé de saída do projeto do Grupo Visabeira, que requalificou o Claustro do Rachadouro do Mosteiro de Santa Maria, espaço onde, até há um par de anos, funcionava o Asilo da Mendicidade de Lisboa.
O projeto resulta de um investimento global substancialmente superior ao inicialmente previsto: 24,5 milhões de euros. A revelação feita pelo presidente da Visabeira Turismo, Imobiliária e Serviços, Fernando Daniel Nunes, num dos discursos da noite da inauguração, antes do jantar que reuniu 300 convidados na Biblioteca do Mosteiro. Aquele responsável reconheceu ter-se tratado, “dadas as circunstâncias de degradação” do Claustro, de “um enorme desafio à capacidade de engenharia e de adaptação do espaço ao conforto e segurança que contemplam a experiência hoteleira contemporânea”.
A construção do hotel foi um desafio também para Souto de Moura, que se mostrou agradado com o resultado final, cuja sobriedade e elegância foi alvo de elogios. “Durante estes seis anos nunca deixei de cá vir uma vez por semana”, afirmou o arquiteto portuense.
O Montebelo Alcobaça Historic Hotel dispõe de 91 quartos singles, duplos, familiares, suites e uma master suite, tendo permitido a criação de 72 postos de trabalho diretor. Quanto aos preços, nesta fase inicial pode reservar-se um quarto a partir dos 150€, mas também há espaços a partir dos 750€/noite.
D. Américo de Aguiar, procedeu à bênção do hotel e valorizou a intervenção técnica efetuada num espaço que se mantém fiel aos princípios definidos pelos monges brancos da Ordem de Cister. “Conferiu-nos uma austeridade que nos esmaga”, declarou o bispo auxiliar de Lisboa, enquanto o ministro da Economia e do Mar falou de uma “intervenção feliz”, antes de cometer uma gaffe, ao valorizar a obra no Claustro do… “Ribadouro”. Para António Costa Silva, o projeto de Souto de Moura “revela uma obra-prima única da arquitectura cisterciense” e é um verdadeiro “testemunho em pedra do que foi a história de Portugal” desde o berço da nacionalidade.

Oportunidades de negócio
Visivelmente satisfeito, para o presidente da Câmara, o hotel “representa uma oportunidade única de desenvolvimento e dinamização de todo o concelho”. “Durante muitos anos, demasiados até, a importância do Mosteiro foi desvalorizada até pelos alcobacenses”, afirmou Hermínio Rodrigues, para quem “todo o território irá beneficiar” desta unidade hoteleira, pois permitirá atrair novos públicos à região. Com a ministra da Coesão Territorial presente, o chefe do executivo municipal pediu “apoio” a Ana Abrunhosa para investir noutro monumento de grande relevo no concelho, o Convento de Coz, evocando os antecessores no cargo, José Gonçalves Sapinho e Paulo Inácio, pelo “contributo” que tiveram para a concretização da obra.
Se para o presidente do Conselho de Administração Executivo do Grupo Visabeira, Nuno Marques, este hotel “potenciará a marca Portugal como destino turístico”, para o Presidente da República o “importante deste momento não é tanto o culto do passado”. “O passado serve-nos de exemplo e de motivação para o futuro. Falamos do futuro no turismo, no futuro em inovação e na ciência, na educação, na vivência social e em todos os domínios da economia, mas vivemos também do futuro essencial na fraternidade entre as pessoas, entre os povos, entre os seus representantes”, frisou o chefe de Estado, que enfatizou a necessidade de estreitar os laços no turismo entre Portugal e Moçambique, pegando no exemplo que a Visabeira tem dado ao longo dos anos.
“Hoje celebramos a excelência no turismo português, no turismo moçambicano e no turismo português emoçambicano, porque aqui é Portugal, mas aqui trabalharam inúmeros moçambicanos, na obra que visitámos e inaugurámos”, declarou Marcelo, para quem é pela “mediação do grupo que nos recebe [Visabeira]” que Portugal está “presente noturismo de excelência em Moçambique” e “Moçambique está presente no turismo de excelência em Portugal”.
Quanto ao Presidente da República de Moçambique, desafiou os empresários portugueses a explorarem “oportunidades de negócio” naquele país africano, sobretudo na área do turismo, onde as “potencialidades existem, bastando aproveitá-las”.

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