Hospital Termal deverá estar em pleno funcionamento em 2022

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O Hospital Termal deverá estar em pleno funcionamento dentro de três anos. As previsões são de Tinta Ferreira, presidente da Câmara das Caldas, a entidade que gere aquele património desde finais de 2015 e relançou este ano o termalismo na cidade com a abertura do Balneário Novo. A reabertura recente das Termas da Piedade (Alcobaça) e a previsão de que as de Monte Real (norte do distrito) possam voltar a receber aquistas dentro de dois anos, ajudam a afirmar esta região no panorama termal.
A aposta na animação destes territórios e o regresso das comparticipações do Estado, através da Segurança Social, nos tratamentos são também factores para o crescimento do sector do termalismo, e estiveram em debate, no passado dia 6 de Dezembro, no Hospital Termal, numa iniciativa da Gazeta das Caldas e do Região de Leiria.

Depois de encerradas durante seis anos, as termas caldenses reabriram em Julho deste ano, com tratamentos de inalações no Balneário Novo. O relançamento do termalismo está a ser feito de forma faseada por “dificuldades de investimento, mas também na própria execução das obras”, explicou Tinta Ferreira, dando nota que para colocar o Balneário Novo a funcionar foi investido quase um milhão de euros. Segue-se, a curto prazo, a abertura do concurso para a reabilitação da ala sul do primeiro piso do Hospital Termal, num investimento de 450 mil euros (mais 200 mil para equipamentos), para possibilitar os tratamentos de doenças músculo-esqueléticas. Para uma terceira fase está prevista a criação de uma piscina de reabilitação e outros serviços, no rés do chão do Balneário Novo, completando o ciclo de tratamentos termais. Tinta Ferreira acredita que o Hospital Termal estará em pleno funcionamento no final de 2022.
“Estamos claramente num processo de afirmação e crescimento. Caldas da Rainha estava a fazer falta no panorama do termalismo nacional e internacional”, defendeu o autarca, que quer uma cidade cada vez mais termal e a florescer do ponto de vista do pequeno comércio e turismo. Para isso irá também contribuir o hotel de cinco estrelas a construir pelo grupo Visabeira nos Pavilhões do Parque e outra unidade hoteleira nos terrenos das antigas instalações da Secla.
Por decidir está ainda a construção de um novo balneário. Tinta Ferreira salienta que primeiro é preciso avaliar o número de termalistas nas Caldas para depois decidir, colocando já, à partida, como hipóteses de localização a Parada ou a Terra do Mendes, um local na Mata Rainha D. Leonor (referido pela Gazeta na edição anterior) que não possui arvoredo e que se situa perto do aquífero.
Na conferência, que juntou mais de uma centena de pessoas no mais antigo hospital termal do mundo, o autarca recordou todo o processo que levou à reabertura do termalismo e explicou que o actual modelo aponta para uma capacidade anual de 5000 termalistas.
A importância das comparticipações

As termas caldenses estão abertas desde Julho, com as inalações, que já são frequentadas por 366 termalistas. O director clínico, António Santos Silva, diz mesmo que já existem “mais pessoas a frequentá-las do que quando o Hospital Termal fechou, em 2013”, acrescentando que os utentes situam-se numa faixa etária entre os 55 e os 77 anos e vêm, sobretudo, do distrito de Leiria, mas também da região de Lisboa, para uma média de 12 dias de tratamento por pessoa. As termas estão a funcionar durante 10 meses, fechando nos meses de Janeiro e Fevereiro para limpeza e manutenção.
Santos Silva vê a reposição das comparticipações como um “virar de página” do ponto de vista clínico, que veio credibilizar o sistema e o termalismo.
Entre as novidades ao nível do termalismo caldense estão o lançamento do programa “Walk with the Doc”, que procura estabelecer estilos de vida saudáveis, envolvendo a comunidade numa caminhada a realizar uma vez por mês. A comunicação com os clientes é outra das apostas, estando prevista a realização de um inquérito, seis meses após o tratamento, para aferir do grau de satisfação.
Santos Silva falou ainda de projectos que aliam a água termal a técnicas de saúde oral e do programa do hidrogenoma, em que se irão estudar novos produtos e serviços.
“Da parte clínica gostaria de tornar o Balneário Novo na estância termal de excelência para as vias respiratórias”, salientou o director clínico, acrescentando que as técnicas termais e as condições do edifício permitem-lhe essa aspiração.
Ao nível dos tratamentos músculo-esquelético, que irão decorrer na ala sul do Hospital Termal, irão tentar introduzir lamas, “para ir de encontro ao que neste momento se faz na Medicina Física e de Reabilitação”, disse.
O também coordenador do curso técnico de Termalismo, que decorre na Escola Técnica Empresarial do Oeste (ETEO), realçou a importância da formação de novos alunos, mas também de formação por parte dos trabalhadores das estâncias termais.

O exemplo das Termas da Piedade

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Desde inícios de Setembro que os tratamentos termais regressaram às Termas da Piedade, integradas no Your Hotel & Spa, em Alcobaça, também presente no debate. A água termal voltou a ser aproveitada colocando fim a um processo de 22 anos de interregno, devido a alterações nas características das águas termais, ultrapassadas agora com uma nova captação que resultou de um processo de seis anos de investigação e que custou cerca de 500 mil euros.
De acordo com Hugo Gaspar, administrador das Termas da Piedade, actualmente passam pela unidade hoteleira 15 mil pessoas, comprovando que “o bem-estar e o termalismo fundiram-se num só lugar”. Os clientes podem beneficiar das águas que são benéficas para os aparelhos músculo-esquelético, reno-urinário e digestivo, assim como para as doenças da pele. Os tratamentos disponíveis são os banhos, as massagens, os duches Vichy e de agulheta. Para os problemas do foro digestivo, estes incluem a ingestão das águas, a massagem abdominal e o tratamento por lavagem do intestino. Na componente da pele, a empresa está a iniciar o processo para criar a sua própria linha de cosméticos.
Hugo Gaspar refere que a equipa do hotel já tem formação para a área do termalismo, mas esta deverá crescer, nomeadamente no marketing e atendimento ao cliente, no spa, na área da nutrição e, mais tarde, na fisioterapia. Ao todo poderão ser criados 10 novos postos de trabalho, incluindo nas restantes áreas do hotel, caso o aumento de afluência o justifique.
“O grande desafio é trazer inovação, valor acrescentado e serviços disponíveis na região”, disse o administrador, realçando a reacção positiva que obteve com a reabertura das termas.

Eu tive um sonho!

Eu tive um sonho que um dia a cidade das Caldas da Rainha vai viver o verdadeiro significado de uma cidade termal criativa e sustentável numa região que se quer afirmar num país que é hoje um dos principais destinos (turísticos) do mundo.
Eu tive ou tenho um sonho ou tenho a esperança de poder viver (e faço um discurso eminentemente pela positiva) numa cidade que seja:
Das termas da rainha e do futuro (na rede europeia das cidades históricas termais).
Da criatividade (nas redes Unesco e das cidades e das vilas da cerâmica da Europa e do mundo).
Da inovação e dos novos desafios tecnológicos como da preservação da sabedoria ancestral.
Da resiliência estando na primeira fila da luta contra as alterações climáticas.
Da segurança e da qualidade de vida
Da iniciativa empreendedora.
Da cultura e das indústrias criativas.
Da defesa do ambiente ligada intimamente com o mar (e a lagoa) e com os recursos endógenos.
Da sustentabilidade
Da solidariedade com os mais necessitados, como foi prometido por d. Leonor, a fundadora.
Da cooperação entre todas as partes interessadas(stakeholders).
Mobilizando pessoas, empresas, instituições, organizações da sociedade civil.
Mobilizando os concelhos vizinhos.
Enfim a região, o país, a Europa, enfim o mundo!
Uma cidade em que os pavões sejam aquelas criaturas altivas mas simpáticas, bonitas e vistosas que trouxeram para o parque, mas que vão conquistando simpaticamente a comunidade com o seu atrevimento e irreverência.
Ou seja, uma cidade, região, país e continente (europeu) glocal – pensando global e agindo local, pensando local e agindo global.
Eu tive um sonho e espero que não se transforme num pesadelo pelos erros, omissões, passividade, indolência e ineficácia ou vaidade, de todos nós!
Que todos possamos ser e mostrar ser inteligentes, positivos e pró-activos!

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