
Posters e pares de sapatos de diversos tamanhos alertam para a exploração e abuso sexual contra crianças
O Dia Europeu para a Proteção das Crianças contra a Exploração Sexual e o Abuso Sexual (18 de novembro) é uma data criada pelo Conselho da Europa para lembrar que, em média, uma em cada cinco crianças são vítimas de alguma forma de violência ou exploração sexual. No entanto, esses números estão longe de ser detetados e, muitas vezes, denunciados. O Núcleo Hospitalar de Apoio a Crianças e Jovens em Risco do CHO assinalou a data com uma exposição, composta por cartazes e pares de sapatos de criança, dispostos na urgência pediátrica, na consulta externa de pediatria e consulta externa do hospital das Caldas, a alertar para este problema.
Ana Simão, coordenadora do núcleo, diz mesmo tratar-se de um “cancro da sociedade” e realça que na maioria dos casos de abuso as crianças têm uma relação de afetividade com o abusador, que é alguém próximo ou mesmo da família. Este ano a campanha de prevenção alerta para a questão do abuso através da internet, nomeadamente das redes sociais.
Este ano a campanha alerta para o abuso sexual através da internet
“Existem 100 mil novos filmes de abusos sexuais de crianças em toda a Europa”, informou Ana Simão, pelo que o Conselho da Europa defende a implementação de medidas para a deteção e eliminação de determinadas imagens, em articulação com as redes de telecomunicações. Defende, ainda, uma revisão da legislação para que esses serviços possam, de forma legal, atuar e auxiliar as forças policiais.
O hospital trata, em média, cinco casos de abuso de crianças por ano, mas estes “são números que não mostram a realidade”, refere Ana Simão, destacando que muitos dos casos são silenciados no seio da família, o que cria um sentimento de frustração para a vítima. “Era importante que sentissem que, a nível judicial, é aplicada uma pena efetiva aos criminosos”, salienta a coordenadora do núcleo, destacando que se trata de um crime que marca para sempre a vida da criança e o seu futuro, enquanto adulto, condicionando o relacionamento com outras pessoas.
Ana Simão alerta que é preciso estar-se atento à criança e aos sintomas que vai manifestando, por exemplo através do insucesso escolar, de terrores noturnos, insegurança, baixa autoestima ou mesmo comportamentos que não são adequados para a sua idade, a nível sexual. Realça, por outro lado, que “uma criança informada é uma criança mais segura e que há formas simples de as preparar para se defenderem de abusos”. A responsável deixa, ainda, um apelo aos pais e cuidadores, para que vigiem o uso que as crianças fazem da internet e que lhes falem dos perigos a que estão sujeitas.
Elsa Baião, presidente do conselho de administração do CHO, destacou a relevância da iniciativa neste contexto da pandemia, com registos do aumento dos casos de abuso sexual online. “Estas imagens são impactantes e acabam por inquietar as nossas mentes, chamando a atenção para prevenir às situações e denunciar”, concluiu.






























