Hospital das Caldas sem obstetras durante um dia

0
554

No passado dia 1 de Fevereiro (quarta-feira) o hospital das Caldas esteve sem serviço de Obstetrícia entre as 8h00 e as 21h00 devido à falta de médicos com esta especialidade.
As utentes que procuravam consulta eram confrontadas com um aviso de que deveriam dirigir-se ao hospital de Torres Vedras. Segundo o presidente do CHON, Carlos Sá, apenas uma grávida foi reencaminhada para aquele hospital, mas é possível que outras utentes o tenham feito pelos seus próprios meios ao deparar-se com o aviso, ou tenham recorrido a consultas particulares.

Num mail enviado à Gazeta das Caldas, onde respondeu a algumas perguntas do nosso jornal, o presidente do CHON diz que o hospital caldense não tem obstetras em número suficiente e que estes profissionais, aparentemente, não pretendem ter vínculo com o sector público pois “os sucessivos concursos de contratação de especialistas têm ficado desertos”.
A alternativa tem sido a contratação de empresas prestadoras de serviços médicos, que conseguem atrair especialistas com maior flexibilidade do que aquela que está ao alcance das instituições públicas. Mas Carlos Sá queixa-se que estes contratações têm algumas limitações previstas na legislação que impedem que sejam uma solução definitiva.
O que aconteceu na referida quarta-feira foi que adoeceu subitamente um dos obstetras escalados, não tendo sido possível substituí-lo. Daí o reencaminhamento das utentes para Torres Vedras.
Gazeta das Caldas perguntou ainda se existia o risco de o hospital caldense vir a perder Obstetrícia, Ortopedia e Pediatria em favor de Torres Vedras, mas o administrador respondeu que estas matérias estão fora da sua área de competência.
Inserida na lógica de redução de custos, o CHON prescindiu recentemente de 18 administrativos que tinham contrato a prazo e prepara-se para não renovar contrato a alguns técnicos de várias especialidades.

- publicidade -

PSD REAGE

Os deputados do PSD do distrito de Leiria interpelaram formalmente o ministro da Saúde perguntando “porque razão encerrou a maternidade do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha?”, “que procedimentos vão ser tomados para que tal situação não volte a acontecer?” e “como pensa o Ministério da Saúde reforçar o número de médicos obstetras no hospital?”.
O documento, assinado por Paulo Batista Santos, Maria da Conceição Pereira, Fernando Marques, Pedro Pimpão, Laura Esperança e Valter Ribeiro, manifesta apreensão pela situação vivida no dia 1 de Fevereiro e refere que o centro hospitalar só tem seis médicos obstetras “número que é claramente insuficiente”.

- publicidade -