
O Hospital das Caldas da Rainha tem duas novas salas de triagem e um novo gabinete médico na urgência.
A abertura das novas salas foi feita na sequência de obras realizadas no Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica. A duplicação da capacidade de atendimento para triagem (desenvolvida por enfermeiros com formação específica para o sistema de Triagem de Manchester), passando de um para dois gabinetes, permite que a segunda sala possa ser utilizada nos períodos em que se verifique maior afluência de doentes, diminuindo-se o tempo de espera para a realização da triagem inicial. A anterior sala de triagem era mais pequena e tinha menos condições.
Antigamente, quando era necessário abrir um segundo posto de triagem, este era instalado num corredor nas urgências, o que deixou de acontecer.
A equipa de triagem filtra o acesso dos doentes à entrada das urgências, atribuindo-lhes cores que correspondem ao seu grau de prioridade. As situações mais emergentes terão prioridade e os menos urgentes têm maior tempo de espera. Enquanto houver doentes “vermelhos”, “laranjas” ou “amarelos”, não são atendidos os que forem de outras cores.
Foi também criado um novo gabinete de atendimento médico, passando de três para quatro, aumentando-se a rapidez no atendimento dos utentes.
A realização destas obras permitiu ainda melhorar a área para prestação de cuidados, ampliando-se a zona de atendimento ambulatório da urgência e melhorando a acessibilidade dos doentes transportados em maca ou em cadeira de rodas
A intervenção realizada permitiu ainda a melhoria das condições físicas da sala de espera para os utentes a quem é atribuída, pela triagem, a cor amarelo e laranja (casos mais urgentes).“Será assim possível assegurar uma maior vigilância, bem como a prestação imediata de alguns cuidados de enfermagem”, referiu Carlos Sá.
As obras contemplaram ainda uma intervenção no WC da sala de espera, adaptando-o a pessoas com problemas de mobilidade e melhorando as condições para os restantes utentes.
Com a execução das referidas obras, que custaram 27 mil euros (previstas no orçamento do CHON deste ano), “é possível disponibilizar aos utentes e aos profissionais de saúde melhores condições de atendimento e de trabalho”, adiantou Carlos Sá.
Segundo Júlio Branco, enfermeiro-chefe, “as condições são agora incomparavelmente melhores”, embora não seja por isso que a triagem seja mais rápida.
Desde o início do ano e até ao final de Maio tinham passado pelo serviço de urgências para adultos cerca de 21.600 doentes, com uma média de 150 atendimentos por dia. “Há menos pessoas a virem às urgências, mas há mais situações consideradas mais graves”, referiu Júlio Branco.
Habitualmente a equipa médica é constituída por 11 profissionais das 8h00 às 23h00, da qual fazem parte dois ortopedistas, três clínicos gerais, três cirurgiões e três médicos internos. A partir da meia-noite a equipa é reduzida para oito médicos. “É o número possível e o mínimo exigido”, afirmou Margarida Melo, responsável pelo serviço de urgência.
Lançado concurso para contratar 21 médicos
Recentemente, o CHON abriu concurso para a contratação de 21 novos médicos, que irão fazer parte dos quadros do hospital das Caldas. Estão incluídas especialidades como a cirurgia, medicina interna, urologia, pediatria, radiologia e oftalmologia, entre outras. No entanto, a abertura de vagas não garante que esses médicos sejam colocados, porque pode não haver interessados em algumas especialidades. Normalmente isso acontece em relação à urologia.
O ministro da Saúde revelou ao jornal Expresso que serão contratados até ao fim do ano cerca de mil médicos para os quadros dos hospitais e centros de saúde do país.
A contratação de mais radiologistas para o hospital das Caldas vai permitir que não seja necessário recorrer a serviços externos para a utilização do TAC e de outros equipamentos de imagiologia que foram adquiridos no final do ano.
Este equipamento, que permitirá uma grande poupança na realização de exames que estão a ser feitos em unidades privadas, continua a não ser utilizado porque não foram ainda feitas as obras de adaptação necessárias.
Segundo Carlos Sá, ainda não chegou a autorização do Ministério da Saúde para a realização das obras, que irão custar 250 mil euros. O presidente do CHON explicou que esse pedido não foi feito antes da aquisição porque era necessário primeiro saber qual o equipamento que seria adquirido e depois disso saiu um despacho que obriga a que qualquer obra superior a 100 mil euros tem que ter aprovação do governo.
No final da visita que promoveu com os jornalistas para a apresentação das novas salas, Carlos Sá referiu-se também à vontade da actual administração do CHON em que a Câmara Municipal fique com a responsabilidade da gestão do Parque e da Mata. O responsável disse acreditar que a autarquia vai manter a mesma qualidade “ou até melhorá-la”.
Na sua opinião, não é prioritário para o CHON estar a assumir os encargos para a gestão destes espaços verdes. No entanto, o Parque e a Mata foram criados como parte integrante do Hospital Termal.
Questionado se considerava esta unidade como um hospital, Carlos Sá respondeu que “entendo o Hospital Termal como uma unidade hospitalar porque dentro das suas instalações existem serviços médicos, como parte da enfermaria de ortopedia, a medicina física de reabilitação e a psiquiatria”. Perante a nossa insistência, acabaria por revelar que em relação ao termalismo, não se pronunciava se este seria ou não, na sua opinião, um hospital “porque não tenho os conhecimentos técnico-científicos suficientes para entrar nesse tipo de análise”.
Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt
CHON nega falta de material cirúrgico
A Gazeta das Caldas teve conhecimento do caso de uma doente de 85 anos que estaria há duas semanas internada no hospital caldense, à espera de uma operação, depois de ter partido o braço, alegadamente por falta de material cirúrgico. Mas o presidente do conselho de administração do CHON, Carlos Sá, nega que tal possa acontecer.
“Até ao momento não houve, e não prevemos que venha a haver num futuro próximo, qualquer falta de material”, explicou, a não ser em casos específicos quando há atrasos no fornecimento, por exemplo, “mas isso sempre aconteceu”.
Em relação à ortopedia, Carlos Sá também explicou que é necessário encomendar as próteses “porque não podemos ter os tamanhos para toda a gente”. No entanto, considera que nunca seria necessário esperar 15 dias como seria o caso denunciado. O responsável do CHON referiu que iria averiguar a situação, garantido que “seguramente que não foi por falta de verba para comprar o material necessário”.
P.A.






























