Grupo de amigos organiza homenagem a Manuela Morgado

Tens que vir, Parceira!

Conheci a Manuela no primeiro torneio de golfe em que tive a coragem de me inscrever.  Chovia muito, o campo estava pesado, o jogo lento, ao terceiro buraco já um parceiro tinha desistido… Acabamos o jogo tarde, ensopadas, cansadas, nos últimos lugares e amigas para a vida.
O golfe tem uma espécie de magia difícil de entender, antes de se começar a jogar. Entre quem joga, mas sobretudo entre quem aprende tarde e em simultâneo fica uma cumplicidade difícil de encontrar na idade adulta.  Foi assim que se formou um trio improvável, entre mim, a Manuela e a Aida, que nos rendeu uma amizade sólida, feita de muitas horas divertidas desfrutadas em comum, de uma grande sinceridade, de partilha das nossas experiências de vida e estados de alma.
A Manela lutava pelo que queria, fixava e perseguia os seus objectivos, nunca desistia, ainda que o sucesso não fosse imediato e no golfe não foi. Não lhe chegou a ser possível alcançar o que queria, não conseguiu melhorar o seu jogo tanto quanto desejava, quanto o seu brio pessoal lhe impunha e até nisso o seu exemplo e fair play era perfeito. Nunca um mau resultado a afastou do convívio, do almoço ou da conversa na Clubhouse, no final do jogo, sempre com um sorriso.
Foi uma mulher cheia de luz própria, de brilho, dotada – como vi alguém escrever sobre ela – de uma “tenacidade doce”, de uma capacidade de entrega e de iniciativa ímpares, sempre com um sorriso e uma palavra amiga e de incentivo… imparável, cheia de projectos e de sonhos, dona de uma imensa curiosidade, vontade de aprender e de ensinar, de partilhar experiencias, que a levava e guiava pelo mundo.
Da Manela guardo a imagem sorridente de uma pessoa a tirar fotos a tudo, de alma grande e generosa, com uma paciência de santa para ouvir os outros, capaz de procurar sempre consensos, a parte boa e positiva da vida e dos outros. Memórias sem mácula, sem nada para lamentar ou por dizer, que guardo ciosamente entre os escassos momentos de descontração dos meus últimos anos.
Vai sempre continuar a jogar connosco, a ser a nossa Parceira, o nosso ponto de união, a acompanhar-nos ao campo, na vida e num brinde eterno à mulher fantástica que soube ser.
Maria João Alves

Os projectos alicerçaram a nossa amizade.

Partilhámos riscos, ideias, planos, emoções. A cada novo desafio a arquitecta Manuela Morgado respondia com criatividade, energia, ajudando-nos a projetar os nossos sonhos , mais longe, ainda mais longe.
Fica-nos na memória o seu sorriso aberto e franco, a dedicação e a sua capacidade de ver sempre mais além.
A preocupação pela preservação do património arquitectónico e cultural,  pela funcionalidade dos espaços, pela valorização dos nossos recursos naturais criaram ambientes de muita luz, muito limpos ( clean)  e conforto onde estará sempre presente a sua  leitura e perspetiva.
Bem haja,  Manuela Morgado!
Ana Domingos e Fernando Fernandes

Surpreendia pela simplicidade e o à-vontade

Falar da arquitecta Manuela Morgado e das relações de trabalho que durante quinze anos mantivemos, desperta primeiro e de imediato a lembrança amarga, trágica e quase inacreditável do seu desaparecimento que aos poucos se desvanece por momentos na intensidade das memórias da sua amabilidade e delicadeza, jovialidade e categoria, conhecimento, dedicação e competência, marca da sua personalidade.
Surpreendia pela simplicidade e o à-vontade com que respondia às mais variadas solicitações e problemas técnicos, derrubando barreiras de forma surpreendente pela força da sua performance profissional, demonstração das sábias convicções profissionais que tinha e que sabemos serem alicerçadas numa permanente actualização e conhecimento das técnicas, equipamentos, materiais e legislação, com que se preocupava.
Esta relação profissional competente foi desde sempre facilitada pela excepcional sociabilidade e familiaridade do seu trato.
Deixamos um protesto de desespero pelo seu desaparecimento do nosso convívio, ficando-nos em memória o prémio que exibimos , presente na cidade de Caldas da Rainha, nas construções que a nossa empresa construiu com a sua assinatura.
Construções Agostinho Pereira

Viajante da vida, olhos no mundo

“Viajante da vida, olhos no mundo, pela arquitectura, pela música, pela fotografia, pelas letras…com as pessoas”: era uma frase que a definia. Mas a Manuela era mais para cada um dos que com ela privavam de mais perto e beneficiávamos da sua alegria, da sua energia e entusiasmo na partilha das ideias e do seu sorriso especial, sereno, amigo e caloroso. Quando convivia connosco era como se fizesse sol nesses momentos.
A sua visão era larga, sensata e inovadora quer na sua profissão – que exerceu brilhantemente – quer no dia-a-dia. Tive ocasião de ser testemunha desse seu modo de visionar as coisas em volta – durante os encontros profissionais que com ela mantive enquanto responsável pelo Centro Hospitalar.
Mas havia, para além de múltiplos pontos de interesse, que partilhávamos, um em especial: a Lagoa de Óbidos. A Lagoa (e Foz do Arelho) era sua casa, local de fotografias e de passeios. A Lagoa era uma paixão que vivia intensamente. Como se a Manuela sempre tivesse feito parte da própria Lagoa. Estou convencido que um dia destes volto a encontrar o sorriso da Manuela numa das margens da Lagoa a tirar novas fotografias. Será, obviamente, um momento com muito sol – brilhante.
Vasco Trancoso

Batalhou para concretizar os seus projectos
À minha irmã, que durante toda a sua vida batalhou para concretizar os seus projectos, tanto a nível pessoal como profissional, a minha eterna saudade.
Agradeço em meu nome, do meu irmão e sobrinhos, a todas as pessoas que acompanharam a minha irmã à sua última morada.
Filomena Morgado

Experiência e sabedoria da Mulher e Arquiteta
Nos poucos momentos a sós ouvia contar histórias da sua vida. A cada pequeno capítulo excertos da experiência e sabedoria da Mulher e Arquiteta que partilhava como quem ensina.
Foi um privilégio conhecer a profissão comum pelos seus olhos, aprender sobre vida com seu elevado espírito.
Vânia Teles Loureiro

Uma Mulher diferente
A Manuela é insubstituível, e será sempre porque era uma Mulher diferente. Conviver com esta Mulher foi uma grande experiência.
Marlene Roque

A lagoa fazia parte da sua vida
Para além da sua paixão pela Arquitetura, a Arquiteta Manuela Morgado também adorava fotografia.
A lagoa fazia parte da sua vida, por essa razão escolhi uma foto a que chamou “Beijo de inverno”. O beijo que não tive oportunidade de dar, acompanhado de um Obrigada. Obrigada pela grande Mulher,  profissional e amiga que foi. Guardarei com carinho as memórias de tudo o que partilhámos juntas. Com muita saudade, até um dia.
Susana Fialho Ribeiro