Homenagem a Joaquim Pereira da Silva no Monte Horeb

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notícias das CaldasVai realizar-se no próximo dia 4 de Setembro, pelas 13h00, no Centro Cultural e Restaurante Monte Horeb uma homenagem ao caldense  Joaquim Pereira da Silva pelos seus 101 anos bem conservados, a que a Gazeta das Caldas se associa.
O arquitecto e empresário da construção civil tem várias obras nas Caldas da Rainha e na Foz do Arelho, desde moradias a prédios sem esquecer outras importantes intervenções como a transformação da sede do Montepio em casa de saúde, o Café Pópulos, a Igreja da Foz ou o Colégio Ramalho Ortigão. É de sua autoria também o Bairro Azul, cuja quinta inicial pertencia à sua família. Renovou ainda vários estabelecimentos comerciais na cidade, como a Farmácia Branco Lisboa, e as ex-Tália, Zinália e o Café Lusitano.

Joaquim Pereira da Silva pertence ao grupo de Amigos da Lagoa e da acção deste resultaram dragagens no final dos anos 70.
Uma vida de trabalho que agora será alvo de homenagem e de confraternização num evento que inclui almoço e convívio com o homenageado.
A ementa consta de entradas, creme de legumes, lombo de porco assado com batatas e amêijoas e caril de perca, acompanhados de vinho da região, sumos e café. A sobremesa será fatia de toucinho do céu coroada de gelado de frutos silvestres.
O preço da refeição é de 20 euros.
Joaquim Pereira da Silva é amigo da família Coissoró e o Monte Horeb é um dos seus últimos projectos de arquitectura.
As inscrições para participar no almoço convívio podem ser feitas para o restaurante (mail: scoissoro@sapo.pt) ou para o tel. nº 917904175, até ao dia 30 de Agosto.
O Monte Horeb fica na Rua da Paz, no Nadadouro.

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Joaquim Pereira da Silva por Teresa Brandão*

Dados os imensos atributos e interesses de Joaquim Pereira da Silva e de como estes estão patentes na sua obra e trabalhos diversificados, importa escrever algumas palavras que o caracterizam e definem, em especial para aqueles que só agora estejam a ouvir o seu nome principalmente através da Homenagem que a Gazeta das Caldas e muitos amigos se preparam para lhe dedicar no dia 4 de Setembro.
Joaquim Pereira de Silva é um Caldense de gema pelo nascimento e pelo amor que dedica a esta cidade. Arquitecto e empresário da construção civil, a sua cultura e formação histórica e ecológica trouxeram-no desde cedo à apreciação e empenhamento por estas áreas.
Foi um grande desportista no remo e na pesca. Era raro o dia em que não era visto na travessia da Lagoa no seu barco ligeiro em ritmo vigoroso de fazer inveja às correntes mais fortes ou malhocas mais temíveis.
No desenho, o seu traço era fino e de um rigor invulgar. Para qualquer pequena casa calculava como ninguém a resistência adequada ao imprevisto sismo. Cauteloso por natureza, todos confiavam nele. Não tinha ambição de notoriedade nem fama. A sua generosidade era total.
Comentava a política sem se deixar envolver por ela, e o seu sentido crítico colocava-o todo na graça e no anedótico que tão bem sabe extrair de cada situação.
Uma pessoa engraçadíssima, um conversador que se balançava sobre o conteúdo profundo das coisas, e o comentário coloquial e afável – o chamado amigo da tertúlia. Junto dele ganhamos confiança e determinação, o que ainda hoje na sua voz muito mais compassada acontece.
Considero isto o maior fenómeno no Joaquim Pereira da Silva. Para mim ele é um jovem pela força que nos transmite.
Outra característica é a da justiça. Não entrou no desconcerto com que nos deparamos hoje nesta área, tão fundamental da nossa sociedade, o descalabro do que se passa nos tribunais e outras instituições.
Ele vive-as com serena indignação, sem que tal lhe belisque o respeito de antigamente pelas coisas do Direito. Cidadão bem formado e de educação cívica perfeita. Este gume de navalha que separa os séculos está nele, e nós ao estarmos com ele somos uns privilegiados.

Teresa Brandão

responsável pelo Monte Horeb

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