Homenagem a António Alfredo Aniceto, uma “figura humana de grande grandeza”

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O homenageado recebeu a medalha de mérito do Governo Civil de Leiria

Homenagear as virtudes e verticalidade de António Alfredo Aniceto, “figura humana de grande grandeza”, foi o objectivo de amigos e conhecidos a realizarem a cerimónia que decorreu no salão nobre da autarquia, no passado dia 17 de Abril.
Nascido em 1929 em Torres Vedras, António Augusto Aniceto veio para as Caldas em 1942. Foi nesta cidade que se deixou seduzir pela politica, tornando-se militante do PCP, mas também pelo futebol e pelo associativismo.

Depois de reconhecido pela Câmara das Caldas e colectividades por onde passou, foi agora a vez de o ser pelo Governo Civil de Leiria, que lhe atribuíu a medalha de mérito.
O salão nobre foi pequeno para a quantidade de amigos que quiseram homenagear António Augusto Aniceto. O seu retrato foi traçado por Mário Lino, que fez um apanhado dos momentos mais marcantes, mas desde logo reconhecendo que “a sua história é de uma grandeza e profundidade tão elevada, que seriam necessários meses para a contar”.
Foi já nas Caldas da Rainha que António Augusto Aniceto se deixou seduzir pela política e que mais de metade dos seus 81 anos foram dedicados à luta democrática e aos valores de liberdade, em que acredita. Além de activista na oposição, antes de 1974, o agora homenageado chegou a exercer cargos públicos na cidade, já depois do 25 de Abril, pelo PCP. Entre Outubro de 1974 e Dezembro de 1976 exerceu o cargo de vereador na Câmara caldense, tendo sido durante esse período também presidente da comissão municipal de higiene e da comissão integradora dos serviços de saúde locais. Foi eleito deputado à Assembleia Municipal durante dois mandatos.
Como membro do executivo da Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, presidida na altura por José Vieira Lino (CDS), exerceu o cargo de tesoureiro. Foi ainda membro da Assembleia desta freguesia durante três mandatos.
António Augusto Aniceto foi também segundo candidato pelo distrito de Leiria à Assembleia da República em 1976, proposto pelo Partido Comunista, tendo mesmo sido chamado à efectividade para substituir o cabeça de lista entretanto eleito. Contudo, recusou o lugar no parlamento por motivos profissionais, relacionados com o seu trabalho no Montepio, onde permaneceu até 1994.
A nível profissional foi também empregado de escritório e comerciante. Paralelamente, distinguiu-se como columbófilo, jogador de ténis de mesa e de futebol no Caldas, “onde granjeou admiração e deixou como legado a grandeza de carácter da sua personalidade”, lembrou Mário Lino.
Ainda hoje continua atento ao que se passa à sua volta. “Lê o Avante! com a máxima atenção e o compromisso com a democracia continua a ser uma das suas razões de viver”, completou o orador.
Também Vítor Fernandes, que fez parte da comissão de homenagem, lembrou o exemplo de cidadania do homenageado e a sua participação activa no movimento associativo. “Nunca se propôs a eventuais vantagens pessoais em detrimento do colectivo”, disse sobre António Augusto, caracterizando-o como um “homem bom, com quem se podia seguir uma postura de grande dignidade”.
A Câmara, que já o tinha homenageado nas festas da cidade, voltou a marcar presença por se “tratar de um cidadão das Caldas, dos melhores que tivemos, seguramente, nas últimas décadas”, disse o vice-presidente, Tinta Ferreira.
Jorge Sobral, assessor do Governo Civil de Leiria, partilhou a sua experiência junto de António Alfredo Aniceto, com quem trabalhou directamente no Montepio. Na impossibilidade de estar presente, o governador civil, Paiva de Carvalho, enviou uma missiva a dar conta do reconhecimento do seu contributo para a construção da democracia e a medalha de mérito do Governo Civil de Leiria.
Emocionado, António Alfredo Aniceto destacou a presença dos amigos e lembrou o trabalho que fez nas colectividades, locais onde “entrava, filtrava o que se passava e via o que podia mudar”.
Disse ser teimoso e que era essa característica que levava a que os seus projectos fossem alcançados. “Não me considero fora do vulgar, mas sempre tive o cuidado de não magoar ninguém”, destacou.
Nesta cerimónia o presidente do Caldas Sport Clube entregou ao homenageado o cartão de sócio de mérito, com o nº 45. Foi ainda agraciado com presentes por parte da Sociedade Columbófila Caldense e Junta de Freguesia de Nossa Senhora do Pópulo.
Também muitos dos seus amigos de sempre aproveitaram o momento para partilhar memórias e aventuras em comum. O reencontro continuou com um almoço-convívio no Hotel Internacional.

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