Histórias da Emigração fazem parte do património imaterial do país e da região

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Entre 26 de Outubro do ano passado e 14 de Junho de 2019 a Gazeta das Caldas deu a conhecer semanalmente uma História da Emigração. Foram 34 edições seguidas em que partilhamos com os leitores histórias de pessoas da nossa região que em meados do século passado partiram para o estrangeiro. Na sua maioria, gente simples, quase sempre muito pobre e pouco letrada, que procurou além fronteiras uma vida mais digna do que aquela que o Portugal de então lhes permitia.
Quase todos regressaram às suas terras de origem, mas alguns mantêm-se cá e lá. Alguns estiveram emigrados o estrito tempo necessário para poderem amealhar para uma casa. Outros prolongaram a estadia por uma vida inteira e hoje têm filhos e netos que já não são portugueses. Alguns conseguiram, no regresso, uma vida digna e relativamente modesta, embora sempre melhor do que a que teriam tido se não tivessem partido. Outros regressaram com força e vontade para montar negócios e terem uma carreira empresarial. Alguns enriqueceram. Outros ficaram “remediados”.
Nestas 34 histórias, a França foi o destino de nove dos nossos entrevistados. Seguiu-se os Estados Unidos com sete testemunhos, a Alemanha com cinco, o Canadá e a Suíça com três, havendo também histórias de quem partiu para a Bélgica, Suécia, Macau e Holanda.
Por seu turno, em termos de origens destaca-se a freguesia de Salir de Matos, que nos proporcionou nove testemunhos, seguida de Alvorninha, Óbidos e Serra do Bouro (três emigrantes cada), a que se juntam as Caldas da Rainha, Bombarral e Atouguia da Baleia (dois cada). A nossa amostra, porém, é extensa, com naturais das seguintes localidades que contaram a sua história à Gazeta das Caldas: A-da-Gorda, Arelho, Vidais, Lisboa, Chão-da-Parada, Alguber, Santa Catarina e Landal.
A riqueza destas Histórias da Emigração constitui um património imaterial colectivo, ainda pouco estudado, que marcou os anos 50, 60 e 70 em Portugal. Com a publicação destes artigos, Gazeta das Caldas dá o seu contributo para fazer a radiografia dessa época. São 34 histórias que mergulham no passado e que acompanham a vida dos emigrantes até ao tempo presente.
A todos os entrevistados, o nosso obrigado pela sua colaboração, bem como a todos os leitores que, semanalmente, acompanharam com interesse estes testemunhos de vida. C.C.

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