O evento pretendeu assinalar o momento da apanha da fruta e valorizar a produção regional, a par da cultura
Carla Maximiliano esteve a expor, pela primeira vez, as suas bolachas e muffins num certame realizado no Parque D. Carlos, o “Há Fruta no Parque”, que atraiu 10 mil visitantes em quatro dias.
Depois de vários anos a residir no estrangeiro, a caldense voltou à cidade com o sonho de tirar um curso na Academia de Cake Design, nas Caldas. Terminou a formação em janeiro de 2020, mesmo antes da chegada da pandemia que viria a colocar o mundo em suspenso. Com um filho pequeno para cuidar, arregaçou as mangas e começou a fazer bolos de aniversário personalizados e também muffins e bolachas, que passou a vender na Praça da Fruta, com a marca Maxi’s cakeshop. Agora deu a conhecer os seus produtos no certame, que considera uma boa iniciativa. “O espaço é muito bonito e é uma oportunidade de divulgação, mas o facto de não poder haver comida e bebida condiciona o evento”, disse à Gazeta das Caldas.
Na Praça da Fruta recriada no Parque, com 25 casinhas de madeira para o comércio de frutas e legumes e mais 30 bancas de artesanato, estava também Cristóvão Ferreira, que ganhou o ano passado o prémio Melhor Jovem Agricultor e que, durante a feira, deu a provar aos visitantes a maçã Gala IGP Alcobaça que produz nos Vidais.
Edite Leitão “não podia deixar de vir”. A proprietária dos Frescos da Vila, de Mafra, participa desde a primeira edição da Feira dos Frutos no Parque, em 2016, e há quem vá de propósito ao certame para comprar os seus morangos. Este ano não foi diferente e, apesar de ter reposto o stock, na tarde de domingo já tinha esgotado toda a fruta.
“Sentimos que somos sempre muito bem recebidos apesar de sermos de mais longe”, disse a produtora, destacando o prazer que lhe dá a proximidade com o público e a possibilidade de poder falar sobre o seu trabalho. “É bom que as Câmaras continuem a apostar e a incentivar, pois precisamos de apoio nesta fase”, disse a produtora, acrescentando que, “por vezes, o apoio não passa por dar dinheiro mas condições e oportunidades para se poder trabalhar”.
O evento, totalmente gratuito, integrou também diversas iniciativas durante os quatro dias, desde o showcooking a oficinas de serigrafia, jogos e atividades infantis de sensibilização sobre alimentação saudável, reciclagem e consumo sustentável. Um dos projetos, “À mesa também se canta” integrou os espetáculos “Mais ouvidos que barriga”, com a atuação das fadistas Idília Pedrosa e Silvina Pereira e “Cantar à mesa dos Chefs”, em que Rita Guerra cantou enquanto o chef Chakall cozinhava, e João Só acompanhou o chef Rui Paula. “Não toco ao vivo há mais de um ano”, partilhou o músico quando subiu ao palco, depois de ter “ajudado” na cozinha. Houve ainda “Acústicos Improváveis”, com Rui Lucas a convidar a banda Black Tinto e os Acordes no Páteo, Carolina Deslandes e Nuno Esperto em palco para interpretarem o “Fusão Acústico”, e Cláudia Pascoal e Fernanda Paulo com o espetáculo “Só Acústico”. O evento terminou ao final da tarde de domingo com a atuação da Big Band da Nazaré e FF, a interpretarem um repertório baseado nas grandes canções de Frank Sinatra, Michael Bublé e Tony Bennett. Em palco esteve também a cantora caldense Júlia Valentim.
De acordo com o presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, o evento superou as expetativas da organização, num modelo “completamente diferente” da Feira dos Frutos e pensado para o contexto de pandemia, condicionando a venda de comida e bebidas (apenas em regime de take away). Ainda assim, os visitantes sentiram-se “bem acolhidos”. A autarquia não quis deixar de “assinalar o momento da apanha da fruta e manter viva essa chama da relação com a fruta do concelho num evento diferente, também com cultura e artesanato”, concretizou o autarca. Quando a pandemia o permitir o município pretende voltar a fazer a Feira dos Frutos no Parque, certame que Tinta Ferreira considera estratégico para o concelho. ■

































