Mais de uma dezena de entidades ligadas à saúde no Oeste reuniram-se no Inatel, no passado dia 30 de Janeiro, para discutir os problemas da saúde. Participaram nesta reunião, além dos elementos da comissão de utentes, a presidente e dois vogais do Conselho de Administração do CHO, o presidente do Conselho Sub-Região do Oeste da Ordem dos Médicos, os comandantes dos bombeiros de Óbidos, Bombarral, Caldas da Rainha e Peniche e os presidentes das câmaras das Caldas da Rainha, Torres Vedras, Peniche, Bombarral e Óbidos.
Do encontro, que decorreu à porta fechada e durante mais de quatro horas, ficou a certeza de que faz falta um hospital novo para o Oeste, com capacidade de resposta para os problemas de saúde desta população.
“Há unanimidade em que o novo hospital seja construído independentemente do local, à excepção do presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, que demonstrou interesse em que este ficasse nas Caldas”, disse o porta-voz da comissão, Vitor Diniz, à Gazeta das Caldas.
O responsável acrescenta que um equipamento desta natureza, deverá ficar localizado num local com
“acessibilidades, centralidade e ter valências de maneira a que os doentes, só em casos excepcionais, tenham que ser deslocados para outros lados”. No entanto, as entidades presentes entendem que a prioridade não deve ser a definição do local, mas sim o início de estudos e a colocação da sua construção na agenda política.
Vítor Diniz transmitiu que o presidente da Camara de Óbidos, Humberto Marques, defendeu que o primeiro passo a dar deveria ser insistir junto do governo para a inclusão de uma rubrica para estudos no próximo Orçamento de Estado e que o seu colega de Torres Vedras, Carlos Bernandes, entende que a OesteCIM também deve ter um papel importante para a criação deste equipamento. Também os diversos grupos parlamentares devem ser sensibilizados para esta necessidade.
A Comissão de Utentes já foi visitar o Hospital de Cascais e considera que uma unidade com aquelas características
“seria o ideal também para o Oeste”, disse Vitor Diniz. Este responsável já tem pedida uma audiência com a ministra da Saúde para reivindicar mais equipamentos e recursos humanos para o CHO. Irá também solicitar uma reunião ao primeiro ministro para falar sobre o novo hospital para o Oeste, à qual espera já levar documentos da OesteCIM com uma tomada de posição dos autarcas da região.
Nesta reunião ficou também acordado entre as várias entidades que irão trabalhar em sintonia.
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Todos contra a fusão dos hospitais
Tendo em conta que um novo hospital deverá demorar, pelo menos, uma década a ser construído, os participantes entenderam que devem ser criadas condições, principalmente ao nivel de pessoal e equipamentos, nos hospitais do CHO para que os utentes passem a ser melhor atendidos.
Os autarcas manifestaram a sua discordância com a fusão dos hospitais e criação do CHO e o edil caldense, Tinta Ferreira, defendeu a reversão do processo. De acordo com Vitor Diniz, o presidente do Conselho Sub-Região do Oeste da Ordem dos Médicos, Nuno Santa Clara, referiu que a “fusão só teve bons resultados financeiros, em prejuizo da saúde, com a falta de recursos” e mostrou-se surpreendido com o silêncio dos autarcas relativamente a esta medida.
Vitor Diniz lembrou que entre as prioridades da comissão no último ano estiveram a passagem do CHO a EPE, o início das obras na Urgência e a aquisição de equipamentos novos e de mais pessoal. Se a alteração do estatuto jurídico já é uma realidade e as obras estão a decorrer no prazo previsto, a falta de meios continua a ser um problema. A presidente do CHO, Elsa Baião, deu nota da dificuldade na aquisição de equipamentos e em conseguir arranjar pessoal.
Em relação às obras no primeiro piso do Hospital de Peniche foi-lhes explicado, pela administração do CHO, que foi aberto concurso mas que este ficou deserto e que brevemente seria feito novo concurso. Sobre a cozinha do Hospital das Caldas, fechada pela ASAE, Vitor Diniz foi informado que as obras estão concluídas e que aguardam apenas a inspecção da ASAE para que possa retomar o funcionamento.