Há 56 anos dez presos fugiram da cadeia do Forte de Peniche

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Em pleno regime salazarista há registos de evasões de presos políticos – com maior ou menor espectacularidade e relevância -, mas a fuga colectiva de dez dirigentes do PCP (entre os quais Álvaro Cunhal) foi um abalo na confiança da PIDE e do próprio regime e um episódio único na luta antifascista.
Foi a 3 de Janeiro de 1960, uma semana antes do planeado, que, com a ajuda de José Alves, cabo da GNR do corpo de segurança externo às instalações prisionais, se evadiu uma dezena de homens. Há ainda muito por explicar acerca desta fuga, mas sabe-se que foi antecipada uma semana devido a uma troca de guardas. Sabe-se também que adormeceram um guarda com clorofórmio, que usaram a capa do cabo José Alves para atravessar um pequeno pátio, que o cabo acabou por decidir fugir com eles por uma “corda” de lençóis e que, quando saíram da fortaleza, se misturaram com a população que saía de um jogo de futebol. Diz-se ainda que, entre os populares, houve quem notasse a fuga, sem no entanto a denunciar.
Para além de Álvaro Cunhal, fugiram Carlos Costa, Francisco Martins Rodrigues, Francisco Miguel Duarte, Guilherme da Costa Carvalho, Jaime dos Santos Serra, Joaquim Gomes dos Santos, José Carlos, Pedro dos Santos Soares e Rogério Rodrigues de Carvalho.
O incidente viria a ter repercussão na polícia política, com a demissão do director.
Mais de 50 anos depois a autarquia de Peniche lança um folheto alusivo à fuga que será distribuído no Museu Municipal, na Fortaleza.

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