Os voluntários Raul Penha e Isabel Araújo receberam as novas ajudas técnicas, resultado da campanha do plástico
Os Guias de S. Lourenço – Grupo Interparoquial de Acção Caritativa receberam, no passado dia 10 de Janeiro, uma cama articulada completamente equipada e duas cadeiras de rodas, para juntar às ajudas técnicas que já possuem e emprestam gratuitamente à comunidade.
Esta oferta, da Valorsul, foi o resultado de uma campanha de angariação de perto de duas toneladas de plástico, realizada há mais de um ano e inicialmente dinamizada por uma turma de educação de adultos da Escola Josefa d’Óbidos.
Neste momento o grupo já possui meia dúzia de camas articuladas, que se encontram todas emprestadas, assim como diverso material médico. Os Guias de S. Lourenço são a única instituição do concelho que empresta este tipo de material e, para o obter, normalmente contam com o apoio da comunidade que organiza iniciativas com o objectivo de os apoiar.
Recentemente, uma outra turma da mesma escola dinamizou uma peça de teatro cuja receita de bilheteira foi canalizada para a compra de outra cama articulada, um equipamento que é muito procurado para empréstimo pois tem um custo muito elevado.
A entrega dos bens médicos foi feita na loja solidária do grupo, situada na Estrada da Serrada, nº 16, no Bairro dos Arcos. É nesta moradia, alugada há cerca de três anos, que os voluntários desenvolvem grande parte das suas actividades.
A loja solidária e a mini-farmácia são alguns dos serviços prestados pelo grupo que também apoia directamente 80 famílias carenciadas
A loja está preenchida com diversos produtos doados por particulares ou por pequenas empresas e está aberta a toda a comunidade. De dois em dois meses, o grupo vai a Lisboa buscar produtos ao Banco de Bens Doados. “Quando vêm coisas de uso importante para as famílias que apoiamos, canalizamos directamente para elas, senão podemos juntar nos cabazes de alimentos que fazemos, de três em três semanas”, explicou a voluntária Isabel Araújo, também professora na Escola Josefa de Óbidos.
Os produtos novos são vendidos na loja, a preços simbólicos, para depois comprarem outros bens que os carenciados necessitem, como é o caso de medicamentos ou, por vezes, uma bilha de gás. Também os trabalhos manuais feitos pelas voluntárias (pinturas em tecidos e em vidro, recuperação de objectos ou arranjos de costura) são comercializados naquele espaço, que está aberto durante o fim-de-semana e à segunda e terça-feira à tarde.
Recentemente tiveram oportunidade de escoar algumas das peças feitas no atelier, no Forum de Natal, organizado pela Obidos.com.
AJUDA TAMBÉM NA DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS
Para além da loja solidária e da distribuição dos alimentos a cerca de 80 famílias, o grupo possui ainda uma pequena farmácia solidária, garantida por particulares e farmácias que entregam os medicamentos excedentes, dentro do prazo de validade.
Os Guias de S. Lourenço têm uma cópia da receita médica dos beneficiários e os cupões das caixas dos medicamentos que confirmam que a pessoa toma a medicação. “Se houver na farmácia também vai com o cabaz”, explica Isabel Araújo, acrescentando que estes são sempre conferidos pela farmacêutica que ali presta voluntariado.
O grupo possui actualmente um projecto conjunto com os beneficiários do Rendimento Social de Inserção, onde acompanha algumas famílias, incutindo-lhes hábitos de higiene doméstica. Os prémios para as que obtiverem melhores resultados são produtos de higiene que angariaram recentemente numa campanha efectuada numa superfície comercial.
O grupo existe desde Abril de 2006. Nestes quase seis anos de existência já apoiaram 130 famílias. Actualmente apoiam cerca de 80 e, a cada semana, aparecem novos pedidos de ajuda. E se os pedidos de apoio têm vindo a crescer, a oferta (grande parte oriunda do Banco Alimentar do Oeste) é cada vez mais escassa para satisfazer as necessidades, pelo que os Guias estão a participar na nova campanha deste organismo – a do papel. “A carrinha que vai buscar os alimentos ao Banco Alimentar levará o material recolhido, que deixará nas Caldas”, conta Isabel Araújo, acrescentando que o objectivo é que possa levar papel de cada vez que vá buscar bens alimentares. O papel angariado é entregue a uma empresa de recolha e recuperação de desperdícios que dá 100 euros por cada tonelada, receita essa que reverte em alimentos para o Banco Alimentar.