Um grupo de dez personalidades vai discutir durante três meses o futuro da Fortaleza de Peniche. A primeira reunião decorreu no Ministério da Cultura, na terça-feira, 31 de Janeiro. À entrada para a reunião, em declarações aos jornalistas, o ministro Luís Castro e Mendes defendeu que a memória da luta contra a ditadura tem de ser o eixo central do futuro do edifício e do seu uso e que terá de ser consagrada num espaço museográfico. O governante não descarta a hipótese de concessionar parte do monumento a privados para ali ser criada uma unidade hoteleira ou de restauração.
Presidido pela Directora-Geral do Património, Paula Silva, o grupo de trabalho conta com Jorge Leonardo (chefe de gabinete do Ministro da Cultura), Hernâni Loureiro (adjunto do ministro da Cultura), Inês Sequeira (representante da Secretaria de Estado do Turismo) e António José Correia (presidente da Câmara de Peniche).
O ministro da Cultura nomeou ainda Adelaide Pereira Alves (membro do PCP), Alfredo Caldeira (do Arquivo e Biblioteca da Fundação Mário Soares), Gaspar Barreira (ex-preso político) e José Pedro Soares (membro da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses e ex-preso político). Já a autarquia penichense nomeou o historiador João Bonifácio Serra.
Em nota enviada à redacção, o Ministério da Cultura define que a proposta a ser apresentada daqui a três meses “terá de respeitar a história do monumento, desde a fundação, compatibilizando as funções do espaço com a preservação da memória da sua história recente enquanto símbolo da luta pela democracia, garantindo a sua fruição pública e com a necessária viabilidade económica”.
Ao Público, Gaspar Barreira defendeu que o Estado deverá assumir a Fortaleza como responsabilidade sua, considerando um escândalo a inclusão deste monumento no programa Revive.
A União de Resistentes Antifascistas Portugueses, através de comunicado que fez chegar à Agência Lusa, solicitou a instalação de um memorial com os nomes dos 2500 presos políticos.