Grupo de Forcados Amadores das Caldas celebra 30 anos

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O Grupo de Forcados Amadores das Caldas celebra este ano o seu 30º aniversário e mostra dinâmica com uma dezena de novos forcados. Atualmente, contam-se 35 elementos

O Grupo de Forcados Amadores das Caldas da Rainha foi fundado em 1993, tendo a sua primeira aparição na tradicional corrida do 15 de agosto, na Praça de Touros da cidade termal.
“O grupo surgiu como forma de corporizar a ideia de responder satisfatória e positivamente aos anseios de um número significativo de jovens aficionados à festa de toiros que desejavam ser forcados, como se a voz da tradição insistisse na inevitabilidade de manter viva a tauromaquia nas Caldas da Rainha”, explicam na página dedicada ao grupo.
O fundador e 1º cabo do grupo foi Vasco Morgado, que o liderou até ao ano 2000, passando então, também a 15 de agosto, a jaqueta a outro fundador, Francisco Paiva Calado, o 2º cabo do grupo. Ao fim de cinco anos de existência, em 1998, o atual grupo constituiu-se como associação, com estatutos e personalidade jurídica.
Mas a história dos forcados nas Caldas é anterior a 1993. “Desde o segundo quartel do XIX que surgiram nas Caldas condições para que ao longo dos anos a festa brava fosse criando raízes. Ganadeiros, cavaleiros e forcados foram moldando a história da cidade que preserva a mais antiga data de corrida de toiros do país. O 15 de Agosto nas Caldas realiza-se consecutivamente desde 1883”, fazem notar, acrescentando a existência de “forcados que nas décadas de 40 e 50 já se reuniam para envergar a jaqueta das ramagens defendendo o nome das Caldas”, que “eram sugestivamente conhecidos como os louça fina”. Mais tarde, em 1976 surgiu um outro grupo que representava a cidade termal e que existiu até 1984.

Um convívio para celebrar
Na tarde do último sábado, um treino com amigos e familiares do grupo assinalou a data, num evento de convívio com dezenas de pessoas na Praça de Touros das Caldas.
O grupo tem atualmente cerca de 35 elementos, “com muita gente nova, temos quase uma dezena de miúdos de primeiro e segundo ano a aprender o que é ser forcado”, contou o 5º cabo do grupo, Duarte Manuel. Os mais jovens podem participar em eventos de praça a partir dos 16 anos. O membro mais experiente tem 35 anos. “Todos os anos temos vindo a crescer e a receber mensagens de pessoas que querem vir experimentar, a festa está viva”, refere. “Temos reforçado um trabalho de comunicação e presença nas Caldas”, porque, se inicialmente o grupo era constituído por caldenses, com o tempo foi adquirindo muitos elementos de fora. “Agora queremos reforçar com elementos das Caldas”.
Duarte Manuel, tem 25 anos e é natural de Évora, onde reside, veio para o grupo com um primo que já fazia parte dos Forcados das Caldas. “Identifiquei-me com os valores do grupo”. A terminar o curso de Gestão, trabalha nessa área e, há dois anos, tornou-se o 5º cabo, o que o leva a vir duas vezes por mês às Caldas, no mínimo.
Os treinos são variáveis, chegam a ser quatro por mês, nos tentaderos dos ganadeiros. São fundamentais, para diminuir o risco que “é sempre inerente a uma corrida”.
Duarte Manuel realça ainda que “os forcados têm uma técnica e temos que controlar o medo e isso tem que ser treinado e trabalhado, porque é muito arriscado”. O treino de ginásio é uma grande ajuda e a parte mental também tem aqui um papel relevante quando se colocam em frente a um touro. ■

Uma fotografia antiga do Grupo de Forcados das Caldas
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