
A greve de 32 horas dos trabalhadores da Valorsul, que terá tido início às zero horas de hoje (18 de Março), poderá fazer com que não haja recolha nos ecopontos de toda a região Oeste até à próxima segunda-feira.
O protesto, convocado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás, tem como objectivo protestar contra os “cortes e congelamentos salariais impostos pelo Governo, com o apoio do PSD”.
Segundo o presidente do sindicato, Delfim Mendes, estes cortes “são altamente injustos e não vão contribuir em nada para resolver o défice das contas públicas, antes pelo contrário, irão fazer baixar gravemente o poder de compra das famílias trabalhadoras, atacar direitos fundamentais alcançados ao longo dos anos e trazer mais recessão e desemprego”.
Delfim Mendes acusa a administração da Valorsul de estar a fazer uma interpretação para além do que a lei prevê, de uma forma mais lesiva para os trabalhadores “designadamente no que respeita ao não pagamento do prémio de objectivos referente a 2010 e à não publicação do Acordo de Empresa do mesmo ano”.
Para além disso está em causa a forma “como a lei manda aplicar os valores aplicáveis aos trabalhadores em funções públicas, como são os casos do pagamento do trabalho suplementar, do trabalho em dia de descanso semanal e feriado, descansos compensatórios e outros”.
É que o sindicato destaca que “devido ao esforço e empenhamento dos trabalhadores, a Valorsul é uma empresa que tem vindo a dar resultados altamente positivos”.
Desde 15 de Fevereiro que os trabalhadores estão a fazer greve ao trabalho suplementar, o qual terá levado à paragem do funcionamento da central de tratamento de resíduos, por duas vezes.
Na semana passada o presidente da comissão executiva da Valorsul, João Figueiredo, enviou um comunicado a todos os trabalhadores em que, sem aludir à greve, afirma que “a administração foi forçada a decidir a paragem desta unidade por duas vezes nas duas últimas semanas”.
Segundo o administrador, as perdas de receita e os custos acrescidos destas duas paragens “representaram cerca de 250 mil euros de prejuízos irrecuperáveis para a empresa”.
A missiva refere que a administração está “preocupada com as consequências desta situação” e que irá fazer tudo para que “o futuro da Valorsul e de todos os seus trabalhadores não venha a ser comprometido”.
O presidente do sindicato que convocou a greve comentou que, a confirmarem-se estes valores, isso demonstra a importância do trabalho suplementar para a laboração das instalações, em consequência da falta de pessoal nas equipas de turno “situação que a Administração se tem recusado a resolver”.
Delfim Mendes considera que a culpa da situação não pode ser atribuída aos trabalhadores, “mas sim a quem decidiu atacar os seus direitos (governo e administração)”. Por outro lado, “só vem provar que ficará mais barato para a empresa e para o Estado a paragem imediata dos cortes salariais”.
A Gazeta das Caldas tentou obter um depoimento da administração da Valorsul, mas não o conseguiu fazer em tempo útil até ao fecho desta edição.






























