Nas Caldas – tal como no resto da país – a segunda greve da função pública convocada pela Frente Comum em 2017 (a terceira desde que o acutal governo tomou posse) manifestou-se sobretudo ao nível da saúde e da educação. A maioria das escolas fechou e o sindicato fala em 100% de adesão nos serviços de raio-X, urgência geral e bloco operatório do Centro Hospitalar do Oeste.
A greve da função pública marcada pela Frente Comum de Sindicatos encerrou várias escolas e afectou os centros de saúde e deixou os serviços hospitalares em serviços mínimos. O protesto, que se realizou no dia 27 de Outubro, pedia o aumento dos salários, a progressão na carreira, o fim dos vínculos precários e o regime de aposentação ao fim de 36 anos de serviço independentemente da idade.
O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro (STFPS) diz que “a grande adesão mostra ao Governo que os trabalhadores exigem aumento dos salários e respostas positivas às propostas da Frente Comum a incluir no Orçamento de Estado”.
Na saúde, o sindicato afirma que “os trabalhadores garantiram os serviços mínimos” e que a greve resultou em “milhares de consultas adiadas e muitas dezenas de cirurgias tiveram de ser reprogramadas”.
Segundo os sindicalistas, a greve no CHO atingiu os 100% no Bloco Operatório, Raio-X e Urgência Geral e os 90% no internamento. Gazeta das Caldas tentou, junto do CHO, confirmar esta informação, mas a administração não respondeu.
Nos cuidados de saúde primários, o STFPS Centro afirma que fecharam a Unidade de Saúde Familiar Rainha D. Leonor e a Unidade Familiar Bordalo Pinheiro. Porém, Ana Pisco, directora do ACeS Oeste Norte, disse à Gazeta das Caldas que ambas estiveram a funcionar, mas que só “foram efectuadas as consultas programadas e situações inadiáveis”.
Segundo a directora, só o serviço de atendimento, que consiste na entrega de receitas ou outros documentos, esteve mais afectado.
Perto de metade – 36 dos cerca de 80 funcionários – destas três unidades fizeram greve. “Maioritariamente foram os enfermeiros a fazer greve, seguidos dos assistentes técnicos”, contou Ana Pisco.
GREVE FECHOU MAIORIA DAS ESCOLAS
Nas Caldas e Óbidos a greve teve também especial impacto na educação, com a maioria dos estabelecimentos de ensino encerrados. No Agrupamento D.João II 26% dos docentes e 37% dos não docentes fizeram greve, levando ao encerramento da EB D.João II, EB e Jardim de Infância N.S. Pópulo e EB Encosta do Sol. Além disso, só funcionou uma das duas turmas do primeiro ciclo da EB do Campo e no jardim de infância da mesma localidade funcionou a componente lectiva, mas o apoio à família e o almoço não funcionaram.
Ainda neste agrupamento, na EB do Avenal duas das quatro turmas não tiveram aulas e na EB de Salir do Porto também houve duas turmas do primeiro ciclo sem aulas.
No Agrupamento Rafael Bordalo Pinheiro um em cada cinco professores (20%) fez greve, tal como 25% dos funcionários. As escolas de Santa Catarina, Relvas, A-dos-Francos e o Jardim de Infância do Carvalhal Benfeito encerraram, tal como a escola sede. Maria do Céu, directora do agrupamento, disse à Gazeta das Caldas que não foi o volume da greve que obrigou ao encerramento da escola sede, mas o facto de à hora do arranque das aulas (8h20) estarem apenas dois funcionários.
Um cenário idêntico viveu-se na escola sede do Agrupamento Raul Proença, onde no arranque do dia existia apenas um funcionário.
Neste agrupamento praticamente um terço dos professores e metade dos funcionários fez greve. O director, João Silva, contou à Gazeta que houve escolas do agrupamento com professores para dar aulas, mas sem funcionários.
A greve levou ao encerramento da escola sede, EBI Sto Onofre, EB1 Bairro da Ponte, EB1 Centro Escolar, EB1 e JI Bairro dos Arneiros e dos jardins de infância de São Cristóvão, Nadadouro, Foz do Arelho e Bairro das Morenas.
Em Óbidos praticamente não houve aulas. A falta de auxiliares de acção educativa levou ao encerramento da escola sede do Agrupamento Josefa de Óbidos, mas também dos complexos escolares dos Arcos, Alvito e Furadouro e de quatro dos dez jardins de infância: Óbidos, Arelho, A-da-Gorda e Gaeiras.






























