Greve climática apela à eletrificação da Linha do Oeste

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Jovens voltaram a manifestar-se por justiça climática a 19 de março. A Greve Climática Estudantil das Caldas da Rainha juntou-se à causa

A principal preocupação dos jovens que participaram na Greve Climática Estudantil das Caldas foi a eletrificação da Linha do Oeste, tendo colocado faixas na ponte pedonal que a atravessa, apelando à modernização da via.
“Vemos na mobilidade um dos eixos centrais para resolver a crise climática e reconhecemos a luta que tem sido feita na defesa da Linha do Oeste”, referiu Andreia Galvão, da greve Climática Estudantil das Caldas da Rainha, dando nota das exigências para a sua requalificação e possibilidade de alternativa ao transporte rodoviário.
Apesar dos investimentos anunciados nos últimos tempos, a ativista considera “inaceitável” que a obra comece já com três anos de atraso e defende que “responder com urgência à crise climática é também responder com urgência a uma crise para as populações locais”. Andreia Galvão dá o exemplo pessoal: estuda em Lisboa e, para se deslocar regularmente às Caldas, tem de utilizar o autocarro pois a ferrovia não é alterativa. “Tentei utilizar o comboio, mas era incomportável, não tenho uma tarde inteira disponível para chegar a casa”, partilha a universitária.
Ainda a 19 de março, os ativistas lançaram um vídeo na página de Instagram sobre a Linha do Oeste e fizeram palestras online com alunos de três turmas da ETEO e Escola Secundária Raul Proença.
“A consciencialização dos jovens sobre este problema é uma das formas de responder à crise climática”, explicou Andreia Galvão, que participou numa das ações e ficou com a sensação de que os jovens estavam atentos e que já detinham algum conhecimento sobre o estado atual da crise climática. “Espero que tenhamos deixado alguma curiosidade junto dos jovens”, concretizou.
Os ativistas alertam que o relógio climático está a contar e que, caso não se inverta a trajetória de aumento de gases com efeito de estufa, “teremos menos de sete anos até que seja impossível ultrapassar o aquecimento em relação a níveis pré-industriais”. É por isso que defendem uma mudança para uma sociedade ecológica e socialmente justa.
A nível local, a Greve Climática Estudantil das Caldas da Rainha vai continuar a bater-se pela resposta ferroviária. “Vamos fincar pé até isso acontecer, continuar a reivindicar”, diz Andreia Galvão, acrescentando que pretendem colaborar com outras organizações e caldenses que se mobilizam por esta “luta”. Ao mesmo tempo, irão também participar em mobilizações internacionais e nas campanhas nacionais. ■

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