A cerimónia decorreu, pela primeira vez, no centro da cidade e marca o fim da instrução básica e o início de uma nova etapa na formação militar. Presente, o ministro da Defesa, Nuno Melo, falou da “necessidade de bens e equipamentos modernos e eficazes” para defender o país e responder a compromissos internacionais
Sem carros a circular e perante centenas de pessoas, a Avenida 1º de Maio foi palco, na tarde de 4 de julho, de um juramento de bandeira, um ato solene que marca um dos momentos mais significativos da carreira militar. Dos 177 militares da Escola de Sargentos do Exército (Caldas da Rainha), da Escola das Armas (Mafra), do Regimento de Apoio Militar de Emergência (Abrantes), do Regimento de Infantaria 1 (Beja) e do Regimento de Infantaria 19 (Chaves), juraram bandeira 167, numa cerimónia que contou com a presença do ministro da Defesa, Nuno Melo.
“A partir deste dia, o que vos liga ao Exército será para toda a vida”, disse o governante dirigindo-se aos oficiais, sargentos e praças que se preparavam para jurar fidelidade à Bandeira Nacional, e lembrando que também ele o fez, há 33 anos. Nuno Melo falou do simbolismo do acto, do privilégio da pertença ao Exército e da história que este tem. Invocou a memória dos antigos combatentes, que apelidou de heróis de Portugal e destacou a importância dos soldado em pleno século XXI e em liberdade. “Os militares não estão fechados em quartéis”, realçou o ministro da Defesa, especificando que o seu trabalho diário em esforços de estabilização, na prevenção de guerras, em contributos para a paz e ao serviço da ONU, da NATO, da União Europeia, entre outras, bem como em ações de busca e salvamento, no combate à criminalidade, no repatriamento de pessoas ou no apoio em situações de emergência civil. Mas, para dar respostas, necessitam de “bens e equipamentos adequados, modernos e eficazes”, disse o governante, defendendo que o Exército Português “tem de ter condições para servir e defender o país e cumprir compromissos internacionais”. Garantiu que o governo está a fazer um “esforço para a valorização da condição militar” e que irá “cumprir uma meta de investimento de 2% do PIB em defesa em 2025”. Até porque, “as ameaças são muitas e provenientes de muitas geografias. Se há lição a retirar deste momento que atravessamos, é de que a paz em nenhum momento pode ser dada por adquirida”, argumentou.
O governo quer dar “bons motivos” para que os militares fiquem no Exército, disse, lembrando que em 2024 conseguiram “estancar” o decréscimo dos efetivos das Forças Armadas, em particular do Exército. Um factor que, de acordo com Nuno Melo, deve-se ao facto de terem trazido a “defesa nacional para a primeira linha das preocupações da política”, investindo na dignificação das Forças Armadas e na valorização da condição militar, aumentando salários e suplementos, mas não esquecendo a habitação, a saúde militar e a recuperação do património.
Voltando aos militares que juravam bandeira, perguntou onde é que eles se querem ver daqui por uns anos, para, de seguida, dar a resposta. “Inspirem-se no significado da camaradagem, na certeza de que lutarão sempre por quem têm ao vosso lado, com quem partilharam e partilham sacrifícios e alegria”, acrescentando que cada um deles “é único e que fará também um percurso único no Exército”.
O presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, mostrou-se “honrado” por o chefe do Exército Português ter escolhido as Caldas para a realização da cerimónia. O autarca explica que, depois de analisados vários locais, chegaram à conclusão de que a Avenida 1º de Maio seria o o melhor, embora “criasse um conjunto de constrangimentos à população”. O autarca acredita que houve “compreensão por parte de todos, permitindo esta proximidade e um conhecimento, por parte da comunidade, do que a Escola de Sargentos do Exército (ESE) faz”.


































