“Gosto realmente dos artigos dos colaboradores não profissionais. Dou-lhes um valor tremendo”

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António Alfredo Aniceto
António Alfredo Aniceto fez parte dos fundadores da Cooperativa Editorial Caldense

Já lá vão 42 anos que António Alfredo Aniceto é assinante da Gazeta. Tornou-se nosso leitor por influência dos amigos que pertenciam ao Conjunto Cénico Caldense (CCC), que gostavam de acompanhar as novidades locais, e pelo facto da Gazeta das Caldas ser o único semanário que dava conta de todos os jogos ao pormenor do Caldas SC. Hoje, já não liga tanto à secção do Desporto. Prefere estar a par da política local e não desperdiça as crónicas no espaço de opinião nem a Semana do Zé Povinho.

Segundo conta António Alfredo Aniceto, grande parte das notícias que apareciam na Gazeta na década de 60 não tinham tanto interesse como as que hoje o jornal comporta. A maioria baseava-se nas “novidades políticas” da União Nacional. E de vez em quando lá vinha alguns acontecimentos da região relatados. Porém, era a secção do Desporto que reinava nas quatro folhas do jornal. “Lia mais a Gazeta pelo desporto porque nos outros jornais diários e semanários quase nunca vinham os resultados do Caldas S.C. E quando apareciam, não davam conta dos desenvolvimentos do jogo. Mas a Gazeta trazia isso tudo”, disse o antigo director do Caldas SC.
Contudo, o interesse pelo nosso jornal foi crescendo à medida do reforço de laços com o pessoal do Conjunto Cénico Caldense com quem partilhava afinidades ideológicas numa época em que o país vivia em ditadura. António Alfredo Aniceto confessa que só uma vez participou em teatro numa peça escolar. “Ia aos ensaios todos e de vez em quando chateavam-me para entrar na associação. Gosto mais de valorizar quem tem mérito”, contou.
Mas após o 25 de Abril, os amigos do teatro propuseram-lhe outra iniciativa: integrar-se na Cooperativa Editorial Caldense. Aceitou. “Nesse período importante da nossa História, em todos os sectores se fez sentir a mudança. A Gazeta não fugiu à regra. Tínhamos que a agarrar com as duas mãos para que se continuasse a expandir. Senti uma grande responsabilidade em entrar para a Cooperativa”, afirmou.
Desde então, António Alfredo Aniceto, com os seus 80 anos, afirma convictamente que a Gazeta das Caldas tem tido uma “evolução muito positiva”.
“Gosto realmente dos artigos dos colaboradores não profissionais. Dou-lhes um valor tremendo. São dignos de elogio. Aprecio imenso a Semana do Zé Povinho e realço também a parte política local, que nunca a desperdiço”, declarou o também ex-autarca do PCP.
Sobre novas rubricas que gostaria de ver no jornal, António Alfredo Aniceto disse que “não é preciso mais nenhuma e que está bem assim”, mas apreciou o facto da Gazeta se ter associado às comemorações da República. “Para mim a temática da República não é nova, mas para os jovens isto permite-lhes novos conhecimentos. Esta associação foi muito oportuna”, admitiu.
A par da Gazeta, António Alfredo Aniceto só partilha leituras com o jornal Badaladas e A Bola. “Sou natural de Torres Vedras e por isso, também tornei-me assinante do Badaladas. Gosto de estar a par do que acontece por lá e é um jornal que, apesar de ser católico, descreve com rigor as notícias políticas sobre todos os partidos”, disse.
Quanto A Bola: “tem áreas que me interessam mais do que o desporto. Quando os jornalistas fazem artigos de fundo, que são na realidade o abecedário de determinado tipo de jogo e atletas, para mim tornam-se os principais na área desportiva”, respondeu.
Por vezes, também dá uma vista de olhos pelo Correio da Manhã, que a sua esposa traz da Associação Columbófila, no qual este leitor foi dirigente durante 36 anos.
Quanto a reclamações da Gazeta, diz que tem nenhumas. “É um semanário regional com muita qualidade, sempre atento e oportuno às variadíssimas notícias e eventos levados a efeito no concelho e com um justo alargamento ao que ocorre nos concelhos vizinhos”, respondeu.

Tânia Marques

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