Gengibre e maracujá foram as estrelas do último menu “Raízes” do primeiro semestre

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DSCN8360“Raízes” arrancou em Outubro e, desde então, os finalistas de cozinha/pastelaria e de restauração/bebidas da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste já serviram onze almoços integrados neste projecto. O último menu do primeiro semestre fez brilhar o gengibre e o maracujá, dois alimentos que, embora não sejam habituais na mesa dos portugueses, têm conquistado cada vez mais consumidores pelas suas propriedades benéficas à saúde.

Guarda gengibre na despensa? Se sim, fique a saber que tem a seu lado um óptimo aliado para enfrentar o frio do inverno que, além do mais, também previne gripes e constipações.  Com propriedades termogénicas, o gengibre estimula o nosso metabolismo a trabalhar num ritmo mais acelerado, provocando o aumento da temperatura corporal e a perda de calorias. Por ser antioxidante, reforça as defesas do sistema imunitário. É ainda um alimento anti-inflamatório e anti-cancerígeno, que elimina os enjoos e os gases.
Pode consumir-se cru, em pó ou cristalizado, sendo que os finalistas da EHTO optaram por utilizá-lo no cocktail-aperitivo, na entrada (sopa de couve-flor e gengibre) e na sobremesa (que colocou lado a lado gengibre, endívias e avelã).
Sandra Martins, proprietária da loja Biológicos da Rainha e uma das convidadas do almoço, também deixou a sua sugestão: um chá de gengibre, cuja receita disponibilizou em todas as mesas.
“O gengibre é um picante saudável muito versátil, pois usa-se tantos nos cozinhados como para fazer um bom sumo verde”, comentou Sandra Martins, que aconselha também os compradores desta especiaria a congelarem-na. “A raiz aguenta bastante tempo, mas se for congelada até se ganha uma vantagem, pois quebram-se as fibras, uma das coisas de que os clientes mais se queixam”, acrescentou.
Cidália Francisco, gerente da Frutaria Tavares – estabelecimento com 15 anos que já conta com três espaços abertos – revelou que só à volta de dois anos começou a comercializar o gengibre. “Antes não era muito popular, mas desde que houve o boom dos ginásios e dos nutricionistas, os clientes passaram a inclui-lo nas suas listas de compras”.
Vendido por 4,95 euros o quilo no mercado tradicional e por sete euros no biológico, o gengibre está mais barato este ano. “O preço por quilo até pode ser relativamente alto, mas como é um alimento muito leve e que se utiliza em pouca quantidade, não se torna caro”, sublinhou Sandra Martins.

Sabores tropicais no prato

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Servido na amuse-bouche juntamente com salmão curado, no prato principal com cherne, pickles e puré de ervilhas e no cocktail-digestivo, o maracujá trouxe os sabores tropicais à refeição. Difícil de encontrar à venda em Portugal, este é um fruto que atinge a sua fase ideal de maturação quando apresenta uma casca com “mau aspecto”, revelou Cidália Martins, acrescentando que “essa é uma das razões que dificulta a sua venda”.
Rico em vitaminas A, C, complexo B e em sais minerais (ferro, sódio, cálcio e fósfero), o maracujá é um poderoso antioxidante que combate o envelhecimento precoce dos órgãos, popularmente conhecido pelo seu efeito tranquilizante. As fibras da casca ajudam na digestão, perda de peso e controlo da diabetes.
Ainda que não seja um alimento muito consumido em Portugal, o maracujá é bastante saudável e um fruto que não esgota as suas aplicações nos pratos doces. “Hoje fizemos um molho de maracujá para acompanhar peixe e, ao contrário do que se possa pensar, não ficou doce. Aliás, contrabalançou muito bem com o salgado”, explicou o chefe Tiago Costa, que auxiliou os alunos na cozinha.

Alunos preparam pequeno-almoço saudável

Na manhã de 14 de Janeiro, os alunos do curso de Gestão e Produção de Pastelaria preparam um pequeno almoço saudável no âmbito da disciplina “Microbiologia, Alergias e Nutrição”, com o intuito de sensibilizar a comunidade escolar para a alimentação saudável e sustentável. Esta iniciativa, inserida no projecto Eco-Escolas, colocou à mesa um pudim de chia de frutos silvestres e banana, granola, muffin de banana, sumo de romã, batido de frutos silvestres e panquecas de trigo sarraceno com maçã de Alcobaça e pêra-rocha do Oeste, provando que é possível comer bem e com sabor.

Maria Beatriz Raposo
mbraposo@gazetadascaldas.pt

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