Gazeta das Caldas andou na rua a recolher alguns testemunhos sobre o Natal deste e de outros anos, numa época marcada pela crise. Aqui ficam para a posteridade as perguntas e as respostas.

Vanessa Cardoso, 28 anos, técnica de formação

1 – Desejo mais solidariedade. Para que as pessoas se ajudem mais umas às outras e que não sejam tão egoístas.

2 – O meu gato. Foram uns amigos meus que o ofereceram há quatro anos, em Dezembro.

3 – Um novo presidente da Câmara. Mais inovador.

António Bragança, 41 anos, empregado do comércio

1- Mais saúde e mais dinheiro

2- A prenda que mais gostei foi o Monopólio, creio que foi no final dos anos 70.

3- Às Caldas desejo mais actividades culturais e também mais emprego.

Emília Caixeiro, 41 anos

1 – Paz, harmonia e muita vida para toda a gente.

2 – As minhas filhas são as melhores prendas de Natal que eu tive.

3 – Amor e alegria para toda a gente.

José Teixeira, 63 anos, reformado

1 – Paz, muita felicidade e mais amor para todos.

2 – A que mais me marcou foi a família, os filhos, os netos e qualquer dia os bisnetos.

3 – Oferecia a mão que está em Óbidos, para vir para o pé do nosso símbolo [o falo das Caldas].

Américo Barros, 76 anos, motorista reformado

1 – Gostava que isto mudasse para uma outra situação. Estão a entrar um bocado num nosso bolso. Vamos ver como isto vai ficar.

2 – Nunca recebi nada de grande valor, mas quando eu tinha uns seis anos houve uma senhora com 80 anos que me ofereceu um ‘menino Jesus’ e que para mim agora é uma glória que guardo.

3 – Acho que deveriam ser feitas alterações no regulamento de trânsito da cidade. É um problema que já tem muitos anos e que deveria ser alterado.

Diana Vinagre, 22 anos, estudante

1 – Eu gostava muito de ter uma máquina de filmar, porque quero produzir os meus vídeos com mais qualidade, e gostava de ir trabalhar na minha área, de Design de Interiores e Exteriores, enquanto continuo a estudar à noite.

2 – Um cavalete gigante (1,80m por 1,90) que o meu cunhado me deu.

3 – Oferecia um local onde se pudessem realizar eventos com qualidade. Devíamos ter um sítio fechado com grande capacidade, como o pavilhão Atlântico em Lisboa.

Luís Serrenho, 59 anos, Industrial

1 – Que a crise seja ultrapassada e que as pessoas consigam debelar essa situação que actualmente nos atinge a todos.

2 –Para mim todas elas têm um significado. Depende da pessoa que oferece e, às vezes, embora de menor valor, pode ter um significado grande. Essa dimensão de apreciação não é fácil.

3 – Penso fazer o melhor todos os dias em prol da minha cidade e assim contribuir para o seu desenvolvimento

Francisco Vogado, 58 anos, empresário

1- Essencialmente gostaria que houvesse mais solidariedade entre as pessoas, as instituições e os organismos oficiais. Queria que  o poder de decisão se centra-se nas pessoas e menos no dinheiro e no lucro.

2- Tenho alguma dificuldade em me lembrar pois na minha infância viviam-se tempos difíceis, com muitas dificuldades. Quando era possível as prendas no sapatinho eram chocolates daqueles bem pequenos mas, naquela época, sabiam tão bem!

3- Pensando nas Caldas, era bom que todos pudéssemos pensar em comunidade e olharmos mais para o que nos une e menos para as dificuldades. O que nos pode unir nesta época, neste ano? Temos que  potenciar o que temos de melhor e não nos podemos deixar abater pelos aspectos negativos.

Tojal Parreira, 72 anos, Prof. de Seguros Reformado

1 – Desejo que haja governantes com maior sensibilidade e discernimento porque os problemas são muito graves e parece-me que não temos problemas à altura do que seria desejável para enfrentar os problemas.

2- Não tenho uma lembrança em particular. Lembro-me que em criança era uma alegria muito grande quando se ia à chaminé ver o que estava no sapatinho. Na maior parte das vezes, nas famílias mais modestas como era o caso dos meus pais , era alguma roupa que estava junto do sapatinho, pois era o que fazia falta e era muito importante. Raramente estavam brinquedos.

3 – Há um problema premente e muito simbólico para as Caldas, que são os Pavilhões do Parque, que estão a chegar a um estado de degradação muito avançado. Acho que está a ser ultrapassado o tempo em que era possível acudir aos Pavilhões. Salvá-los seria, neste momento, uma prenda importante para as Caldas.

Arménio Duarte, 71 anos, ferroviário reformado

1 – Paz para o mundo inteiro e saúde para mim e para a minha família. Também gostaria de um futuro promissor para as gerações mais novas, que é aquilo que está mais escuro actualmente.

2 – Quando eu era pequeno não havia prendas de Natal. Colocava o sapatinho junto à chaminé e os meus pais deixavam lá uma laranja. Recordo-me que, nos anos 40 do século passado, me calharam alguns rebuçados, feitos de açúcar. Actualmente fico muito feliz com o amor da minha família.

3- Às Caldas oferecia mais emprego para os jovens e saúde para todos.

Odete Duarte, 67 anos, comerciante

1 – Desejo muita paz e amor.

2 – O nascimento da minha bisneta há três anos.

3 – Oferecia muito dinheiro, as fábricas todas a funcionar para toda a gente ter trabalho. Se houvesse desenvolvimento toda a gente estava feliz e tudo melhorava.

Francisco Moura, 72 anos, reformado

1 – Que isto melhore, que o país melhore.

2 – Em criança não recebia prendas. Depois de adulto recebi algumas, mas nada que me marcasse.

3 – Que a cidade ficasse mais limpa e mais bonita

Maria Antunes, 70 anos, reformada

1 – Saúde é a parte principal. A solidão é muito triste, por isso gostava também de ter mais convívio.

2 – A minha infância foi muito pobre, mas por volta dos sete anos recebi uma boneca de papelão, que se usava noutros tempos. Estava todo contente e o meu irmão, que era mais velho que eu, disse-me assim: essa boneca está toda suja, vai lavá-la. E eu não sabia e fui lavá-la. Era de papel e fiquei sem boneca. O que eu chorei e ele a rir.

3 – Gostava que houvesse mais animação para as pessoas mais velhas.

Elsa Severino, 43 anos, socióloga desempregada

1- Mais emprego para mim e para as pessoas que não têm. Também gostaria que a situação do país pudesse melhorar.

2- Uma das prendas que mais gostei foi um tio meu que esteve na Rússia e me trouxe um conjunto de bonecas matrioskas, que eram muito pouco vulgares por cá há 30 anos.

3- Era bom que as pessoas nas Caldas se unissem e promovessem mais iniciativas. Era bom que a cidade não perdesse as características que tem e que as pessoas não deixassem de cá vir. Acho que era importante.

Vítor Selva, 19 anos, estudante

1 – Felicidade para todos. Para mim era um carro novo, mas agora está mais difícil de o conseguir porque acabaram com o incentivo ao abate dos veículos mais antigos.

2 – A melhor prenda de Natal foi, no ano passado, ter recebido os meus “decks” para passar som, porque sou DJ.

3 – Arranjava as estradas porque estão num estado lastimável.

Delfina Clemente, 57 anos, professora aposentada

1- Para este Natal, para o Ano Novo eu gostaria  que o espírito de Natal permanecesse na casa de todos nós e poderia também continuar durante o  resto do ano.

2- Quando era criança, deixávamos o sapatinho  – que era deixado junto à chaminé para o menino Jesus deixar a prenda – na noite da Consoada. Só podíamos ver o que lá estava na manhã seguinte, Dia de Natal, e mal cabia em mim quando num ano tive uma pequena cama de ferro para as bonecas, com todos os pormenores. Adorei!

3- Às Caldas oferecia uma boa iluminação pois a luz é algo muito importante na vida de todos. Seria uma iluminação de baixo consumo, espalhada por toda a  cidade, na esperança que iluminasse também os espíritos e os corações de todos nós. Também gostaria de requalificar ruas e estradas da própria cidade, pois há casos que estão mesmo a precisar.

Luís Sousa, 64 anos, Aposentado

1 – Paz e mais equilíbrio cívico, moral, financeiro… em tudo.

2 – Só as lembranças das crianças. É uma data de que não gosto muito, assim como do Carnaval.

3 – Oferecia um novo presidente, que andasse mais a pé e menos de carro.