Futuro da Confraria do Príapo é decidido em Setembro

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Gazeta das Caldas
Edgar Ximenes, num dos eventos dinamizados pela Confraria (FOTO ARQUIVO)

A Confraria do Príapo continua… murcha. É que de há cinco anos a esta parte, aquela associação tem estado completamente parada, sem qualquer tipo de actividade.
Edgar Ximenes, presidente da direcção da confraria, explicou que nada mudou desde Abril de 2017, quando Gazeta das Caldas noticiou a falta de vigor daquela associação.
O presidente da confraria esclareceu que em Setembro se realizará uma Assembleia para “resolver de vez esta questão, na qual ou se extingue ou se elege nova direcção”. E acrescentou que só falta marcar a data com o presidente da Mesa da Assembleia Geral, e também vice-presidente da Câmara, Hugo Oliveira.
Apesar de não querer continuar e de assumir a responsabilidade por este período de estagnação, Edgar Ximenes frisa que “faz sentido continuar a haver a confraria” e que esta deve seguir a via artística e intelectual, abordando o tema “com elegância”.
Desde o início da sua formação, em 2009, que houve três visões distintas sobre o que deveria ser esta associação: havia os que achavam que a confraria devia ser uma agência de promoção e venda de cerâmica fálica, outros defendiam que fosse uma entidade organizadora de eventos, e ainda os que entendiam que a abordagem deveria ser essencialmente intelectual e artística.
Edgar Ximenes considera que um dos motivos para a quase extinção da associação foi mesmo a dificuldade em conciliar estas três visões.
Em Abril de 2017 este dirigente dizia à Gazeta das Caldas que “há um sector intelectual nas Caldas que sempre viu com maus olhos a Confraria, que está muito satisfeito com o seu malogro e que verá com bons olhos o impasse, ou até mesmo o fim da Confraria”.
Nos quatro anos de actividade (entre 2009 e 2013), realizaram-se diversas iniciativas como a primeira mostra Erótico-Paródica das Caldas, com palestra e exposições no primeiro ano, e o Falo na Eira, em 2012, com uma escultura cerâmica fálica monumental e a entrega dos troféus “Falo sempre em Pé”. No mesmo ano, Zica Capristano (entretanto falecido) inaugurou a mostra foto-etnográfica “Símbolos Fálicos no Mundo” no CCC.
No ano seguinte, houve a feira de malandrices “Falo no Beco”, no Beco do Forno e uma exposição de escultura de Nuno Bettencourt intitulada “Fá-lo em Pedra”. O Teatro da Rainha fez o espectáculo “Falas do Falo e da Boca do Corpo” e foi apresentada a colecção de pacotes de açúcar “O Falo das Caldas – Tradição e Inovação”.
A fundação da confraria surge da junção de visões de cidadãos que tinham estabelecimentos comerciais e que olharam para este símbolo das Caldas como um elemento diferenciador e potenciador da economia local.
As Caldas da Rainha não é a única localidade associada à tradição fálica. Em Amarante os doces em forma fálica conhecidos como os “Quilhõezinhos de S. Gonçalo” tornaram-se uma marca conhecida e um elemento identitário daquela conservadora vila nortenha. No Japão há um festival anual dedicado ao pénis e na Coreia do Sul há um parque só com esculturas fálicas.

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