Funcionárias da limpeza do hospital contra as novas regras dos horários

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Funcionárias de limpeza não concordam com as novas regras impostas pela empresa para a qual trabalham desde o início do ano

Funcionárias da limpeza do Hospital das Caldas foram transferidas para a empresa Knower no início de 2023 e algumas recusam-se a cumprir alterações

São perto de 30 as funcionárias da limpeza do Hospital das Caldas, unidade que pertence ao Centro Hospitalar do Oeste (CHO). A maioria é sindicalizada, tem mais de 20 anos de casa e pertence à empresa Knower Projects, S.A. que entrou em funções em janeiro. E impôs novos horários com trabalho ao fim de semana sem distinção, algo que anteriormente era pedido e pago como trabalho extraordinário. Atualmente não se distingue o fim de semana e ainda “nos obrigam a tirar uma hora para comer que não nos pagam”, disse Isabel Costa, uma das funcionárias deste hospital. A nova empresa “está a impor exigências e alterações de horários com que nós não concordamos”, adiantou.
À Gazeta das Caldas, várias funcionárias expressaram desacordo com o que se está a passar. “Há uma tentativa unilateral de alteração dos horários de trabalho”, disse Eduardo Teixeira, membro do Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Doméstica e Atividades Diversas (STAD) e que está a acompanhar esta situação. As três dezenas de empregadas de limpeza viram os seus horários mudados enquanto que “o contrato coletivo de trabalho prevê que sempre que os funcionários mudam de empresa, as trabalhadoras passam para a nova firma sem perder regalias”. Mas o que aconteceu é que a anterior firma, a Euromex,“ia pedindo para às funcionárias para trabalharem ao sábado e ao domingo, de vez em quando, durante quatro horas, e “pagavam como trabalho extraordinário”. A empresa que agora entrou, a Knower “quer que trabalhem sábados e domingos como se fossem dias de semana”, disse. Antes, uma funcionária que trabalhava entre as 8h00 e as 16h00 “tirava apenas meia hora para poder comer e não era descontada por isso”. As trabalhadoras de um hospital “param para comer mas estão de pré-aviso e acodem a qualquer incidente, Além de que a lei prevê que as limpezas industriais possam ser feitas em horário contínuo”, explicou.
A nova empresa exige agora que as funcionárias parem uma hora por dia de intervalo, que não é remunerada. “Na prática isto é uma rasteira pois faz com que falhem uma hora por dia de trabalho que depois é necessário repôr… E pedem que seja feito ao fim de semana”, disse Eduardo Teixeira. Algumas funcionárias não concordam e têm faltado.“ No final de janeiro foram descontados alguns dias de salário a quem não está a cumprir regras”, acrescentou o membro do STAD. Algumas trabalhadoras apresentam-se ao trabalho nos dias em que a empresa quer que folguem e, noutro casos, não têm ido trabalhar aos dias “impostos”. O STAD está atento à situação no Hospital das Caldas e ao de Torres Vedras pois “as queixas das funcionárias “são exatamente as mesmas”. Sindicato e empresa vão reunir em breve e, contactada a empresa Knower, esta respondeu que se vive “uma transição entre prestadores com metodologias e organizações diferentes e há sempre um período inicial de adaptação (do prestador e trabalhadores)”. E acrescentaram que a empresa Knower “cumpre e cumprirá escrupulosamente com as suas obrigações legais e laborais, no relacionamento com os seus trabalhadores”. ■

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