Função Públika teve nas Caldas da Rainha a maior assistência de sempre

0
2439
notícias das Caldas
Os músicos e bailarinos revezam-se em palco, sempre com um guarda-roupa diferente

Com 13 elementos num palco multimédia e interpretando temas conhecidos de artistas nacionais e internacionais, a banda Função Públika conseguiu durante duas horas animar as milhares de pessoas que cumpriram a tradição de sair em massa na noite da véspera do Dia da Cidade.
Considerados como um dos melhores grupos de baile do país, os Função Públika tiveram nas Caldas a maior assistência de sempre.
Sérgio Alves, director musical do grupo, salientou que já tinham actuado em locais com grandes aglomerados de gente, embora façam mais concertos em bailes, mas nunca tanto como nas Caldas da Rainha.

Isso fez com que se sentissem ainda melhor em palco. “Tocar para quatro pessoas ou para oito mil é completamente diferente. A vibração é muito maior”, afirmou Sérgio Alves.
Foram duas horas de concerto, fazendo com que o fogo de artíficio só fosse lançado depois das 0h30. “Estar com muita gente dá sempre muita vontade de poder tocar mais tempo”, referiu Sérgio Alves.
Queen, Tony Carreira, Shakira, Abba, Tina Turner ou José Cid, são alguns dos artistas dos quais os Função Públika fazem “covers”, conseguindo assim mais facilmente conquistar o público porque tocam temas famosos. “Tocamos músicas de outras pessoas e temos um repertório muito variado”.
Como são quatro cantores, duas mulheres e dois homens, é possível conseguirem ainda mais variedade do que uma banda normal de covers. Os músicos e bailarinos revezam-se em palco, sempre com um guarda-roupa diferente.
Uma das principais apostas, e que os distingue no panorama das bandas de baile, é na componente multimédia porque acham que isso aumenta a qualidade do espectáculo. “Isso é importantíssimo, em todos os grandes concertos já há ecrãs LEDs e por isso estamos cada vez mais a actualizar-nos”, explicou o porta voz da banda.
Com o seu próprio palco móvel em camião, aproveitam a estrutura para os bailarinos poderem fazer coreografias mais arrojadas e até incluem algumas interacções com o público.
O grupo Função Publika foi criado em 1991, como resultado da fusão de duas bandas de Chaves e de Valpaços, mas só há cerca de cinco anos chegaram à actual dimensão. “Começámos com um grupo pequeno, depois apostámos na qualidade e num espectáculo musical, de dança e audiovisual”, contou Sérgio Alves.
Com mais de 120 espectáculos por ano, é no Verão que os músicos percorrem todo o país e chegam a actuar todos os dias da semana sem parar. “Chegamos a ter o mês de Agosto completamente cheio”, contou o director musical.
Antes do final do concerto subiram ao palco também os elementos da equipa de vólei do Sporting Clube das Caldas, que nesse dia tinha assegurado o seu regresso à primeira divisão nacional.

- publicidade -

 

Do verdadeiro Tony Carreira a uma banda que canta também versões das suas músicas

Em 2009 já se falava há muito tempo em crise económica e, embora a Câmara das Caldas ainda não enfrentasse as dificuldades de tesouraria que viriam a acontecer no final do ano (foi aprovado mais um empréstimo bancário em Dezembro, já depois das eleições autárquicas), para o concerto de 14 de Maio foi contratado Tony Carreira, por 45 mil euros.
Este ano a autarquia decidiu cortar nos gastos com o já tradicional espectáculo na praça 25 de Abril e optou por contratar uma banda de bailes, em detrimento de um grupo ou artista nacional de referência como era habitual.
No também tradicional discurso que Fernando Costa faz questão de fazer no final destes espectáculos, o edil caldense afirmou que “este ano está diferente, e para melhor, porque é mais barato do que nos outros anos”.
Para o presidente da Câmara, isso interessa aos munícipes caldenses “porque quem paga o espectáculo não sou eu, é o povo das Caldas”. Por isso, “em crise fazemos um espectáculo muito mais barato”.
Opinião diferente tinha o mesmo Fernando Costa em 2009, quando decidiu que a autarquia contratasse Tony Carreira. Criticado pela oposição pelo preço a pagar, o presidente da Câmara respondeu numa reunião da Assembleia Municipal que a autarquia “todos os anos convida o conjunto que está no top”.
Nessa altura, o autarca considerava mesmo que se tivesse em conta o preço do espectáculo e o número de espectadores, “possivelmente o de Tony Carreira vai ser um espectáculo mais barato por espectador”. As expectativas, que eram altas, saíram nesse ano goradas porque eram esperadas 60 mil pessoas, mas afinal o público não foi maior do que nos anos anteriores.
Desta vez, havia o receio que o público fosse menor e aconteceu o contrário.
Pelo menos o nome da banda deu para o presidente da Câmara poder gracejar, dizendo que “nunca vi uma função pública a cantar e a dançar tão bem”.

- publicidade -