A Frutos, que decorreu no Parque entre 16 e 25 de Agosto, recebeu cerca de 100 mil visitantes. Um número que a organização considera muito satisfatório e que contou com mais fruta e com mais expositores ligados ao sector primário. Os concertos continuam a ser o ponto alto da feira, que se afirmou este ano como um eco evento, de modo a preservar o local onde se realiza – o Parque D. Carlos I.
O certame que conjuga a fruta e a música continua a atrair milhares de visitantes ao Parque, durante 10 dias do mês de Agosto. De acordo com Hugo Oliveira, responsável pelo evento, este ano aumentaram de 10 para 18 as entidades ligadas ao sector primário a expor, mas considera que é um número “ainda insuficiente” e quer mais nas edições futuras.
O autarca considera que o evento já está consolidado e que se vai adaptando às novas realidades, sobretudo a nível ambiental. “É um exemplo claro de que a população estava ansiosa por voltar ao Parque e desta maneira”, disse Hugo Oliveira na cerimónia de encerramento. Também o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, destacou a importância da feira, que pretende “exaltar o momento da apanha da fruta”. O autarca reconhece que o certame é feito numa altura em que os produtores estão com mais intensidade de trabalho, mas considera que esta é a melhor data para o fazer.
O presidente da Câmara considera que já começa a ser difícil não repetir o número de artistas. “Já vamos em 40 grupos e artistas que vêm actuar na feira dos Frutos e ainda não repetimos nenhum”, informou.
O director do Centro de Gestão de Alvorninha, José Henriques, também chamou a atenção para a necessidade de envolver mais produtores, através de encontros que decorram durante o ano. “Sou produtor e sinto que nestas datas é sempre muito difícil conjugar as acções porque andamos em plena colheita e quando queremos usufruir da feira estamos cansados”, disse.
O próximo evento relacionado com a Frutos realiza-se a 3 de Novembro à tarde e terá por tema “Bio regiões, o exemplo de S. Pedro do Sul”, com o orador Ângelo Rocha.
Incentivo para expositores de fruta e hortícolas
Este ano os produtores de fruta e hortícolas que quiseram expor os seus produtos na feira tiveram um incentivo para o fazer pois a organização oferecia um stand de 3X3 metros (a unidade mais pequena em termos de terrado).
Esta discriminação positiva pretende motivar os vendedores do sector primário a expor os seus produtos, até porque “sabemos que estes podem ser encontrados, com facilidade, fora do certame, e também porque a margem de lucro obtida é inferior à de outros sectores”, explicou Vânia Ferreira, responsável pelo gabinete de eventos da autarquia.
O espaço para restauração tinha um preço fixo, com os restaurantes a 950 euros pelos 10 dias. Um bar paga 850 euros e, no caso do Street Food, o custo era de 35 euros por metro quadrado. Já os expositores de comércio pagaram 300 euros por um espaço de 3×3 metros, tanto dentro como fora do recinto.
No total de 120 expositores, este ano registou-se um aumento dos espaços ligados ao sector agrícola. As entidades que estão presentes no espaço institucional também puderam, este ano pela primeira vez, vender e fazer provas dos seus serviços, de forma a dar mais dinamismo aquela zona.
O espaço onde é recriada a Praça da Fruta contou com a presença de três produtores e foi também utilizado como palco para pequenos espectáculos.
“O nosso objectivo é ter cada vez mais expositores da temática e sente-se uma evolução nesse caminho”, refere Vânia Ferreira, acrescentando que 120 é o número ideal de stands para o recinto, sendo que não existe nenhum colocado em cima da relva.
O evento mais limpo de Lisboa e Oeste
Assumido como um evento sustentável, este ano uma das exigências era o uso de um copo reutilizável, que poderia ser adquirido por 1 euro ou trazido de casa, mas sem ser descartável ou de vidro. O objectivo era a redução do plástico no recinto e, de acordo com Vânia Ferreira, a limpeza verificou-se logo no primeiro dia de evento.
No ano passado um contentor com 32 metros quadrados encheu-se por duas vezes com 1500 quilos de resíduos (quase todos plásticos). Este ano, durante o mesmo período, o contentor ficou a meio.
Durante três dias voluntários da Valorsul andaram pelo evento a apanhar o lixo e fazer a reciclagem, mas as suas malas andavam quase sempre vazias. Daniela Abreu, coordenadora dos eco eventos da Valorsul, diz mesmo que este foi o “evento mais limpo dos que fizemos até agora por toda a região de Lisboa e Oeste”.
A equipa sensibiliza os comerciantes e população para fazer a separação e entrega um conjunto de ecobags (com um saco de cada cor dos ecopontos) para que os comerciantes façam a separação selectiva durante o evento.
Nesta edição houve também a preocupação com as beatas de cigarro. Foram colocados mais 24 cinzeiros fixos no Parque (que irão permanecer no recinto) e distribuíram cerca de 4000 cinzeiros portáteis, cujas beatas são depois depositadas no beatão, que no passado sábado já tinha 40 quilos.
Prémios Frutos
A tarte de maçã, da Frubaça, o Fofo de chocolate e limão com cobertura de frutos vermelhos, da Fofos da Rainha, e o Morango fresco, da Frescos da Vila, foram os vencedores da edição deste ano dos Prémios Frutos.
O fidalguinho (da Maravilhas DA RUTTE Sophia), a cerveja artesanal Bordallo, o morango fresco (da Frutas Classe, S.A.), o tomate redondo (de Gilma de Aguiar dos Santos) e o mel crú de Inverno multifloral (da Prata de Mel) receberam menções honrosas.
No concurso “Sabores Frutos” da restauração o hambúrguer vegetariano servido em pão de beterraba com batata doce (da Eusebio’s Hamburgueria) foi o vencedor.































