Francofonia está de volta e quer envolver a região

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A degustação de produtos franceses decorreu na sede da Alliance Française situada no centro da cidade

A Festa da Francofonia, organizada pela Alliance Française, regressou em força ao fim de três anos

Foram muitas as propostas gastronómicas e culturais na Festa da Francofonia que decorreu entre os dias 20 e 25 de março, nas Caldas. Ateliês de serigrafia, de pastelaria, apresentação de livros, visionamento de filmes, degustação de produtos típicos, o tradicional torneio de petanca e concertos foram algumas das propostas desta iniciativa destinada a celebrar a cultura francófona. No dia 23 de março, houve um almoço temático, no restaurante pedagógico da EHTO, escola parceira do evento há 11 anos.
A iniciativa, que contou ainda com as parcerias da ESAD.CR, Conservatório das Caldas e da Biblioteca apostou na comunhão entre a comunidade francesa e que vive nesta região do país. “O objetivo é juntar as duas comunidades em volta da cultura francófona”, disse Lisette Pereira, a diretora da Alliance Française das Caldas, escola que voltou a funcionar após ter encerrado por causa da pandemia. A própria sede esteve envolvida no evento e recebeu todos os que quiseram provar alguns dos produtos típicos franceses, numa parceria com o E. Leclerc.
Lisette Pereira recordou que a Alliance está há mais de 50 anos nas Caldas e que apostará em mais iniciativas com a comunidade, para além do ensino da língua francesa.
A comunidade gaulesa no Oeste ultrapassa já as 500 pessoas e já não são apenas os reformados que escolhem mudar-se para terras lusas. “Nota-se agora a vinda de uma geração mais jovem”, referiu a responsável.
A 23 de março, foi servida uma refeição tipicamente gaulesa na EHTO que contou com bebidas e pratos típicos como, por exemplo, Coq au Vin (Frango ao Vinho) ou a sobremesa Tart Tatin (tarde de maçã).
A refeição foi confecionada pelos alunos do primeiro ano de Cozinha e foi servida pelos estudantes de Restauração e Bebidas, também do primeiro ano.
Segundo Daniel Pinto, da EHTO, a parceria com a Alliance é para continuar pois “é também uma oportunidade da comunidade escolar conhecer melhor a cultura francófona”.
Os restantes parceiros sublinharam a importante de unir sinergias e ficou a vontade de realizar eventos de forma mais regular ao longo do ano. Em representação dos alunos, Eduardo Montez, referiu que foi com gosto que participaram neste projeto que lhes deu “a oportunidade de conhecer e de lidar com produtos e confecionar pratos que ainda não conhecíamos”.
Presentes estiveram alguns franceses que escolheram vir viver para o Oeste. Uma delas, Michelle Castan, veio para as Caldas há cinco anos. A francesa deixou Toulon, no sul de França, e acha que o tempo oestino é similar ao da zona da Bretanha.
As razões que a levaram a mudar-se para Portugal prende-se com o facto de aproveitar as facilidades oferecidas e de pagar menos impostos.
“No sul de França vivemos um problema pois temos muitos imigrantes”, disse a francesa.
Na sua opinião, Portugal é um país que oferece segurança, outra razão para a sua vinda. “Infelizmente conheço pessoas que foram vítimas de tiroteios em França”, rematou.
O casal luso-francês Nathalie e António Ferreira escolheu Alfeizerão para gozar a sua reforma. António é de Viseu mas vivia em Lyon. Vieram para esta zona pois os pais de Nathalie – que já precisam de algum apoio – vivem em Salir do Porto. “A vida é um pouco mais barata cá do que lá”, disse António Ferreira, acrescentando que prefere os portugueses já que os gauleses são “mais individualistas”.
Do Oeste gostam de várias coisas, entre as quais, o clima, “que não é muito quente, nem muito frio”. O casal, que participou em várias iniciativas da Francofonia, espera que haja mais eventos. António foi chefe pasteleiro em França e hoje o seu filho estuda Cozinha na EHTO.■

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