Situada a cerca de 10 quilómetros das Caldas (a noroeste do concelho), a Foz do Arelho nasce a partir da comunidade piscatória que vivia da pesca e da apanha de bivalves na Lagoa de Óbidos. Daquele ecossistema vinha também o limo com que as populações adubavam a terra. São também famosas as bateiras, típicas embarcações que ainda se utilizam na Lagoa, e que em tempos idos eram usadas em regatas. Ainda hoje, cerca de uma centena pescadores e sobretudo de mariscadores das freguesias ribeirinhas (entre elas a da Foz do Arelho) tiram o sustento das águas da Lagoa. Este sistema costeiro é o mais extenso da costa portuguesa, pois possui uma área de 6,9km2 onde ainda hoje é necessária a intervenção para evitar o seu assoreamento.
O território da Foz pertenceu à paróquia da Serra do Bouro e com a criação das freguesias manteve-se como povoado daquela freguesia, da qual foi desanexada em 1919, constituindo-se como freguesia em Julho desse ano. Uma das referências históricas da região é a Quinta de Nossa Senhora de Guadalupe (século XVI), situada no centro histórico da povoação, em torno da qual a mesma se desenvolveu. Até à revogação dos foros, grande parte dos terrenos agrícolas pagavam tributo à Quinta, resultante do morgadio instituído em 1580.
A aldeia acolheu Francisco Grandella, a quem se deve a edificação da escola primária em 1909 e que ainda hoje funciona. O proprietário dos armazéns Grandella, em Lisboa, apostou na alfabetização da população local e, no início do século XX, mais de metade dos habitantes da Foz já sabia ler, algo invulgar na época. O seu palácio pertence hoje ao Inatel.
O visconde de Almeida Araújo e o rei D. Carlos I são outras personalidades ligadas à localidade. O monarca participava nas famosas caçadas que se faziam na região. A família de Mário Soares também frequentava a Foz, pois a Foz acolhia a colónia de férias do Colégio Moderno, sua propriedade. Já nos anos 1980, a Foz teve a discoteca Green Hill, próxima da praia e que tinha fama nacional. Um dos destaques desta localidade é a sua praia, onde a Lagoa se encontra com o Atlântico. A população da vila, que vive também do veraneio, triplica na estação quente. As águas são também adequadas à prática de windsurf, surf, kitesurf e de paddel e, na década de 40 do século passsado, a Lagoa foi palco de campeonatos de remo. Em 2019, foi inaugurada a Casa-Museu Dr. Jaime Umbelino, uma doação feita à freguesia pelo fozense Jorge Umbelino e que acolhe um espaço museológico etnográfico.
Elevada a vila em 2009, a localidade tem 9,62 quilómetros quadrados e 1 339 habitantes (2011). A Foz foi cenário de filmes e sobre ela escreveram poetas como David Mourão-Ferreira e Manuel Alegre. Este último também se dedicava na Foz à pesca de robalos.

Descrição da freguesia da Foz do Arelho

LUGARES: Vila da Foz do Arelho e Praia

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Pontos de Interesse:
Monumentos: Igreja da Foz, Casa-Museu Jaime Umbelino, Fonte dos Namorados, Palácio Visconde de Almeida Araújo, Palacete Grandela e Capela (Inatel), Quinta da Foz (solar e capela) e Hotel do Facho
Equipamentos públicos: Junta de Freguesia (com posto de correios), Extensão de Saúde, Parque de Campismo, Passadiços e Parque de autocaravanas

Equipamentos de ensino: Jardim de Infância e EB1 da Foz do Arelho
Associações: Centro Social Recreativo, Associação de Solidariedade Social (Lar) e Associação para a Promoção e Desenvolvimento Turístico da Foz do Arelho

Datas festivas
Festa em Honra da Nossa Senhora da Conceição, padroeira da localidade, em Agosto
Procissão da Lagoa – 23 de Agosto de 2020
Festas de Verão no areal

Principais Actividades económicas
Actividades ligadas à pesca, ao turismo, à restauração e ao sector imobiliário

Segredos Escondidos


Penedo Furado
Localizado na margem Norte da Lagoa fica um dos ex-libris da Foz: o Penedo Furado. O monumento geológico remonta ao período jurássico e possui uma abertura em forma de arco devido à erosão.
A formação rochosa, com milhões de anos, é uma raridade, pois todas as formações similares encontram-se todas na zona de costa. O Penedo, em tempos remotos, era banhado pelo mar. Com o recuo dos oceanos, acabou rodeado por terra.
Actualmente, o rochedo está a ser alvo de intervenção de consolidação e preservação pela autarquia caldense.
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