FOLIO comemora 10 anos com mais de 450 iniciativas culturais em 11 dias de evento

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O FÓLIO foi apresentado na 27 de setembro na Praça da Criatividade

Entre as novidades estão a produção do livro comemorativo dos 10 anos do festival, a vertente cinema e uma área dedicada às crianças e famílias

No ano em que comemora a sua 10ª edição, o FÓLIO contará com a presença de dois laureados com o prémio Nobel da Literatura: a escritora bielorrussa Svetlana Aleksiévitch e o autor sul-africano J. M. Coetzee. A escritora e jornalista bielorrussa Svetlana Aleksiévitch, vencedora do Nobel em 2015, estará em Óbidos na noite de 11 de outubro, dois dias depois da abertura do festival. Já no dia 17 de outubro será a vez do sul-africano J. M. Coetzee, Nobel da Literatura em 2003, subir ao palco do festival. A participação destes dois escritores insere-se no âmbito do FÓLIO Autores, que com a participação de mais 29 autores, entre eles a norte-americana Anne Applebaum, o israelita Avi Shlaim, o espanhol Fernando Aramburu, o irlandês Paul Murray, a norte-americana Lionel Shriver, e o francês Pierre Singaravélou.

Outro dos capítulos do festival é o FÓLIO Mais, composto por iniciativas de diversos parceiros (editores, artistas, coletivos e instituições) conta com conversas com autores nacionais e estrangeiros, lançamento de obras como “Visceral”, de Maria Fernanda Ampuero (12 de outubro) e “Chuva de Jasmim”, de Shahd Wadi (19 de outubro). Já no Museu Abílio de Mattos e Silva, será apresentada a obra “Toda Fúria”, de Tom Farias (12 de outubro). Numa programação articulada com a Casa do Comum, o Instituto Cervantes de Lisboa e a Livraria Ler Devagar, O FÓLIO Mais levará à capital conversas, lançamentos, música e pensamento crítico com autores e autoras de referência da literatura contemporânea. “Esta programação reforça o papel de Óbidos como palco de diálogo intercultural, onde a literatura se cruza com outras artes, com a música, a cidadania e a educação”, refere a organização.

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A vertente musical do FÓLIO, a Folia, é da responsabilidade, uma vez mais, da Fundação Inatel, que este ano levará ao palco da Praça da Criatividade nomes como Expresso Transatlântico, Orquestra de Jazz de Leiria, A Cantadeira, Hélder Moutinho, O Gajo, Xuxu Kalhus e a Banda Filarmónica Obidense. Já o FÓLIO Educa regressa com conversas, apresentações, tertúlias, oficinas e espetáculos, cruzando a literatura e a educação. As escolas, a Biblioteca Municipal de Óbidos, a Casa da Música, o Convento de São Miguel e a Óbidos Chocolate House recebem professores e alunos, autores, pensadores e investigadores que irão refletir sobre a temática desta edição. Integrado no Educa, o FÓLIO Tec promove quatro conversas sobre Inovação, Inteligência Artificial, mercado editorial e narrativas transmídia. Os encontros decorrem nos dias 13 e 14 de outubro, na Tenda Vila Literária, e serão transmitidos em direto nas redes sociais do Parque Tecnológico de Óbidos.

A exposição Flexágono, integrada no FÓLIO BD e patente no Museu Abílio Matos e Silva, integra obras de banda desenhada dos autores portugueses Jorge Coelho, Susa Monteiro, Daniel Silvestre da Silva, Tiago Baptista, Gonçalo Duarte, Rudolfo da Silva, e Beatriz Brajal. Este capítulo inclui ainda uma antologia internacional dedicada à noção de fronteira e à luta política antifascista, filmes de animação, mesas redondas, e visitas guiadas com alguns dos artistas.

Cinema no festival
A vertente Cinema é uma das novidades desta edição, que contará com a antestreia mundial de “Nora Helmer”, obra de João Lourenço e Nuno Neves inspirada na peça de teatro “A Casa de Bonecas”, do dramaturgo Henrik Ibsen. O programador e crítico de cinema Rui Pedro Tendinha, fez uma seleção de filmes, que resultam da adaptação de obras literárias ao cinema, que serão exibidos no Museu Municipal, e contam com a presença dos cineastas.

Este ano o evento integra também as PLAY Talks, um espaço de diálogo entre música e literatura. O programa inclui a conversa “Palavras e Música na Era Digital”, moderada por Inês Lopes Gonçalves, com Miguel Carretas, Pedro Abrunhosa e Rui Miguel Abreu, e a iniciativa “Anatomia de uma Canção: Quando a Música Encontra a Literatura”, em formato intimista, que junta a mesma moderadora a Bárbara Tinoco e Tiago Bettencourt, numa reflexão sobre o processo criativo das canções.

Também novidade é a existência de uma área especialmente pensada para as crianças e famílias: o Espaço FÓLIO Baby, instalado na Praça de Táxis, na entrada da vila.

Já se conhece o vencedor do Prémio Literário Fernando Leite Couto. Trata-se do livro de poesia “Costurar a Linguagem”, da autoria de Zacarias Nguenha, de 31 anos, que irá recebê-lo, a 11 de outubro, em Óbidos, durante o festival.

Para celebrar e eternizar uma década do evento, o município de Óbidos editou um livro comemorativo das 10 edições do FÓLIO, em cujas páginas se percorre e revisita alguns dos inúmeros momentos, rostos e imagens que marcaram as nove edições deste festival. A obra, apoiada pela Representação da Comissão Europeia em Portugal e com prefácio do Presidente da República, “reflete a trajetória e o impacto do evento na promoção da Literatura e da Cultura em Portugal, reunindo também vozes de escritores, artistas e pensadores que passaram por aquele que é hoje um espaço único de encontro e de partilha”, refere a organização.

Na apresentação do festival, na tarde de 27 de setembro, o presidente da Câmara, Filipe Daniel, afirmou que chegar a esta edição redonda é “motivo de orgulho e também de responsabilidade”. De orgulho, porque “ao longo de uma década o FÓLIO conquistou um lugar de destaque no panorama literário e cultural, em Portugal e além-fronteiras. Responsabilidade, porque temos de continuar a honrar o compromisso de fazer deste festival um espaço de encontro, reflexão e criação, onde os livros são o ponto de partida para o diálogo entre autores, leitores, artistas e toda a comunidade”.

O autarca destacou ainda que, para Óbidos, este é mais do que um evento cultural. “É a afirmação de uma identidade que se constrói em torno da palavra escrita e partilhada, é a prova de que a literatura pode transformar territórios e abrir horizontes. Superar barreiras e transpor Fronteiras”, concluiu.

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