Festival onde a ginja é rainha aposta na gastronomia e artesanato

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O casal Bruno Marques e Isa Alfaiate oferecia um menu de petiscos variados, onde a ginja era o ingrediente comum

O Festival da Ginja, que decorreu na Amoreira, de 8 a 10 de julho, teve por objetivo divulgar este produto tradicional

Chouriças de ginja, feitas de forma caseira e que têm na sua composição uma redução de licor, foram uma das novidades deste festival, que vai já na sétima edição. Este ano realizou-se entre os dias 8 e 10 de julho, depois de dois anos de interregno devido à pandemia.
A ideia desta criação partiu do chef Bruno Marques e foi desenvolvida com a sua companheira, Isa Alfaiate, também ligada às áreas da cozinha e turismo. “Fizemos várias experiências e este foi o resultado final. Estamos a vender avulso para quem quer levar para casa, ou grelhada, no local”, explicou a jovem, acrescentando que a proposta tem agradado particularmente aos visitantes. “Dá um adocicado final na boca e não fica com o sabor muito intenso do chouriço”, destacou a também proprietária do alojamento local Rural Chic, na Usseira.
Na tasquinha preparava-se, no último dia de evento, um caldo verde com o chouriço de ginja, que dá um sabor distinto ao prato. Para acompanhar havia sangria e mojito de ginja e, para os mais gulosos, uma tarte de chocolate e caramelo salgado com ginja. Também havia a opção de sandes vegetariana, com ginja. Da ementa constavam ainda croquetes de alheira com maionese de ginja, folhado de bochechas com molho de ginja e queijo amanteigado que acompanha com doce de ginja, sem esquecer o típico copo de chocolate com ginja. “Todos estes produtos são confeccionados com ginja Vila das Rainhas, por ser feita da forma mais tradicional possível”, justifica Isa Alfaiate que, juntamente com o chef Bruno Marques, participa este ano pela primeira vez no festival. A jovem reconhece que foi trabalhoso, mas que valeu a pena a experiência. “Tem de se provar muito e fazer diversas tentativas até se chegar ao resultado pretendido, ainda mais quando se trata de uma novidade”, contou à Gazeta das Caldas.
Ao contrário do jovem casal, Rosa Horta é veterana neste evento. Natural da Amoreira, participa desde a primeira edição e não esconde a satisfação com o festival deste ano. “Correu muito bem, estávamos receosos por causa da pandemia, mas foram bons dias de venda”, conta a participante que apresentou diversas propostas gastronómicas. No espaço Ginja ao Quadrado, um nome que surge da primeira participação em que fizeram ginjinhas em madeira para decorar a tasca mas apenas as conseguiram fazer quadradas, apresentou uma vez mais o seu pão recheado com bacalhau, que tem a particularidade de poder ser acompanhado por vinagrete de ginja, feito pela própria. No último dia Rosa Horta apresentou o “Bolo da Avó Rosa”, que tem a particularidade de não levar farinha nem açúcar, mas incluir uma chávena de doce de ginja.
A participante destaca a presença dos chefs de cozinha e pastelaria no evento, que permitiu a troca de experiências e considera que o festival “é muito importante para a terra pois valoriza um produto que é tradicional”.

Mais de 20 expositores
Esta edição contou com mais de duas dezenas de tasquinhas, dinamizadas por coletividades e restaurantes da terra, e espaços de venda de artesanato, onde todos os produtos eram adaptados à ginja. Havia ainda um espaço de showcooking, onde chefs partilharam as suas receitas e locais de venda de ginja. A animação foi assegurada por Djs e grupos musicais, e houve teatro, com a interpretação da peça “Celebrar a Ginjada”, pelo grupo Animais de Palco.
Maria João Soares, do executivo da junta de freguesia da Amoreira, fez um balanço positivo do evento, especialmente tendo em conta o pouco tempo que tiveram para o organizar, e realçou a importância da sua continuidade para dinamização da localidade. A autarca lembrou também que durante o evento houve visitas aos ginjais e depois à fábrica de FrutÓbidos, da empresária, Marina Brás, que também esteve na conceção deste festival. ■

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