O Festival Oeste Lusitano está de volta este ano ao Parque D. Carlos I para a terceira edição, de 16 a 18 de Maio. A mostra do cavalo puro-sangue lusitano produzido no Oeste regressa após dois anos de interregno e com uma nova filosofia, encaixando na promessa eleitoral do presidente da Câmara, Tinta Ferreira, em trazer de volta ao parque os grandes certames de dimensão nacional. A entrada no evento e as actividades são gratuitas e a organização espera atrair milhares de visitantes à cidade.
O festival mantém por base e como figura central o cavalo. Vão estar representados os criadores da região, mas há a novidade de uma representação espanhola e também da Coudelaria de Alter Real, referência nacional no sector.
A Associação de Criadores do Cavalo Puro-Sangue Lusitano do Oeste (ACCPSLO), promotora do evento, rodeou-se de parceiros de diversas áreas, juntando ao certame o artesanato, com destaque para a cerâmica, a agricultura biológica, e também os aspectos culturais e artísticos, como teatros de rua, bailados, orquestras, ranchos folclóricos, grupos corais e também actividades desportivas. As largadas de touros são um dos pontos altos. Há largadas todos os dias e a dia 17 há ainda uma Mesa da Valentia – concurso ganho pela pessoa que permanece sentada à mesa durante uma largada de touros.
“Quando tentávamos encontrar parceiros para as diversas áreas fiquei pasmado por haver um artista a cada esquina e uma vontade doida de fazer coisas”, disse Jorge Magalhães, presidente da ACCPSLO na apresentação do evento. Este responsável sublinhou que a procura para os 29 stands foi largamente excedida, com 86 candidaturas.
O orçamento ronda os 160 mil euros, dos quais 80 mil são financiados pela Câmara das Caldas. A autarquia atribui um subsídio directo de 23 mil euros à ACCPSLO para a organização do evento e suporta a logística, o aluguer de bancadas, a preparação do parque e a produção e emissão de um spot publicitário televisivo.
As entradas são gratuitas para o público, assim como a participação nos eventos e a próprio participação dos expositores. Uma forma encontrada para que todos os parceiros possam ter o maior rendimento possível com o certame. Apenas os espaços comerciais são pagos, a preço de custo, que é de 200 euros.
Tinta Ferreira, presidente da Câmara das Caldas, revelou que apoiar este evento foi “aproveitar o trabalho que já existia” das edições anteriores. “Percebemos que era este o caminho para desenvolver este tipo de actividade porque a nossa tradição tem muito a ver com o cavalo, com os touros e o fado”, acrescentou.
O festival será inaugurado às 18h00 de sexta-feira, 16 de Maio, pelo secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque.
Do vasto programa, para além das actividades atrás mencionadas, constam provas do Campeonato Regional de Equitação de Trabalho, concursos, desfiles e demonstrações equestres, baptismos de sela, demonstração de pegas e ainda largadas de touros.
Será possível assistir a tudo em directo na internet, através de transmissão em stream e também de hangouts, que, para além da visualização dos vídeos, permite que haja interacção.
No domingo, 18 de Maio, o festival vai receber, no Largo do Termal, o programa da TVI “Somos Portugal”, que vai transmitir entre as 14h00 e as 20h00.
ESE e Bordalo Pinheiro dão suporte
A ACCPSLO tem como principais parceiros neste evento, para além da autarquia, a Escola de Sargentos do Exército (ESE) e a Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro.
A Academia Militar marca a sua presença com a torre multiactividades e vai realizar baptismos de sela. A ESE contribui ainda com a montagem de um sistema de cabos que servirá de suporte à actuação de uma ginasta de renome que servirá de base ao spot publicitário.
A Escola Bordalo Pinheiro vai envolver alunos de quatro dos seus cursos no festival. Os alunos são responsáveis pela captação audiovisual e efeitos de luzes.
Cerca de 80 alunos vão fazer acolhimento e guia dos visitantes. E os alunos da escola serão ainda responsáveis pela parte de animação infantil, numa parceria com o projecto Olha-te.
A Confederação das Tertúlias Tauromáquicas de Vila Franca de Xira está também a trabalhar no certame, através da recuperação do espólio tauromáquico de Joaquim Alves, que vai estar em exposição na Casa dos Barcos. Este espólio terá, depois, direito a um espaço próprio, segundo anunciou Tinta Ferreira.
Joel Ribeiro
jribeiro@gazetadascaldas.pt
Organização garante que o festival não põe o parque em risco
Se a autarquia e parte da população caldense é saudosista em relação às grandes feiras no parque, há também vozes que se levantam contra a recuperação de grandes eventos, alegando a sensibilidade daquele espaço natural. Houve diversas manifestações nas redes sociais contrárias à utilização do parque para o Oeste Lusitano e, em particular, para as largadas de touros.
O Conselho da Cidade tornou público um comunicado sobre este assunto, insurgindo-se contra a largada de touros. Uma das suas preocupações é a colocação das tronqueiras (barreiras
delimitadoras) na manga que está a ser criada na zona da entrada no parque junto à fábrica das Faianças Bordallo Pinheiro. Esses trabalhos incluem “abertura de buracos com alguma profundidade” junto a árvores centenárias, mas também em calçada em zona de valeta e em “taludes onde estão plantadas palmeiras, taludes revestidos com musgos, fetos e fungos de alguma longevidade”.
O Conselho da Cidade adverte que estas actividades “com uma forte carga populacional” causam danos físicos num “espaço sensível”. E questiona: “se não existem verbas para proceder às operações de manutenção normais, em dias de uso normal, de onde virão as verbas extraordinárias para recuperar as centenas de buracos, já feitos, as raízes quebradas e as calçadas desfeitas?”
Jorge Magalhães, presidente da ACCPSLO, e Tinta Ferreira, presidente da câmara, garantem que esses riscos não existem e que não vai ficar no parque rasto das intervenções necessárias à montagem das estruturas.
Jorge Magalhães referiu que foi contactado o zelador mais antigo do parque, que indicou que as aberturas não seriam prejudiciais para as árvores. E salientou que as ilhas daquela zona estavam apenas habitadas por “infestantes” e que foi a própria associação que reparou essas zonas, com plantação de pasto espontâneo, que no final do evento será reforçado com novas sementes.
Em relação às largadas, o presidente da ACCPSLO destaca que se provou ser “impossível os animais passarem a tronqueira”.
Também do presidente da Câmara surgiu a garantia que, caso haja alguma coisa a repor depois do festival, “será reposto como estava. As estruturas em cimento são com betão degradável que vai ser retirado no fim. E também está garantido que as estruturas não põem em causa as espécies classificadas”, declarou.
De resto, acrescenta a organização, a realização do evento até já está a trazer alguns benefícios ao parque. A iluminação, que não só não funcionava, como se fosse ligada representava risco de electrocussão nos candeeiros, foi reparada com substituição de cablagem e do quadro eléctrico.
O lago não pôde ser limpo por questões técnicas, dado que “as lamas acumuladas no fundo têm 60 centímetros e matariam os micróbios das estações de tratamento”, alertou Jorge Magalhães. Por isso a sua limpeza será feita posteriormente e a seco. Foram também detectados entupimentos sérios na canalização, o que provoca inundações quando há tentativa de despejar água do lago.
Foi ainda realizada uma vistoria independente à fachada dos Pavilhões do Parque, que provou ser estável para servir de cenário à produção do spot promocional do Festival.
A minucia com que a organização estudou todo o impacto do festival no parque dá mesmo garantias a Jorge Magalhães para dizer que a ACCPLSO é, neste momento, “quem melhor conhece o parque”.
J.R.
Feiras da Cerâmica e Frutos e Hortícolas para 2015
Na apresentação do Oestes Lusitano, Tinta Ferreira lembrou que foi promessa eleitoral da sua campanha, e também de outras candidaturas, o regresso das grandes feiras ao Parque D. Carlos I. Em 2014 o Oeste Lusitano será o único grande certame a realizar-se naquele local, mas o presidente da Câmara das Caldas adiantou que em 2015 o parque será palco de mais duas feiras nacionais, uma para a cerâmica e outra para a fruticultura e horticultura.
“Consideramos que está na hora de voltar a haver festas e feiras de grande dimensão”, sublinhou.
J.R.






























