Fernando Costa criticou projectos das obras da regeneração urbana

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A visita de Miguel Relvas às obras fez-se em passo acelerado

O presidente da Câmara das Caldas acha que os projectos das obras da Regeneração Urbana têm vários erros e coloca hipótese de não se avançar com a da Loja do Turismo, no antigo edifício da PSP, ao cimo da praça da República.
“Houve vários erros nos projectos. Não foi tudo calculado como deveria ter sido”, disse Fernando Costa aos jornalistas no 15 de Maio. Segundo o autarca, “as obras já deveriam estar prontas, mas têm surgido vários problemas”.
Em relação ao antigo edifício da PSP “há alterações substanciais a fazer na estrutura, porque não foi previsto o reforço das paredes e das vigas”. Essa alteração ao projecto “irá custar quase 50% do volume da obra”, o que poderá significar um gasto acrescido de 140 mil euros (num total de 330 mil euros). “Os trabalhos a mais não são financiados pelo QREN” e terá de ser a autarquia a assumir os prejuízos.
Fernando Costa afirma agora que vai “ponderar” sobre a possibilidade de avançar ou não com a intervenção. “A obra pode não avançar”, admitiu.
Segundo o edil caldense, há também atrasos na construção do Centro de Divulgação e Promoção dos Produtos Regionais, na rua capitão Filipe de Sousa, por causa de erros de projecto. “Não foi prevista a retirada dos depósitos que existem por baixo e tudo isso fez parar a obra e pode ter inconvenientes graves”, explicou.
Por outro lado, criticou o facto de terem sido escolhidos “materiais demasiado caros” para esta obra. “Os técnicos do gabinete de Regeneração Urbana, os técnicos da câmara, os vereadores e o presidente. Todos nos enganámos”, comentou, assumindo a responsabilidade política. “Eu é que sou o vereador das obras”, afirmou.“Há questões que têm de ser mudadas, como aconteceu com a forma de utilização desta praça”, explicou. “Há uma zona junto à capela que tem uma inclinação demasiadamente acentuada, que tem que ser emendada”, exemplificou.
No largo da Copa “calcularam um colector a dois metros de profundidade, quando este está a quatro metros de profundidade”, revelou ainda.
Fernando Costa também não gostou do excesso de pilaretes colocados nas escadas da subida da rua Rafael Bordalo Pinheiro, achando também que estes deveriam ser da cor da pedra. “Eu até ralhei. Bastava metade”, revelou.
Outra obra que o preocupa é a intervenção na zona das arribas da Foz do Arelho. “Há uma zona da intervenção que pertence a um privado e o projecto não deveria ter avançado sem consenso com o proprietário” que agora apresentou uma queixa em tribunal. Segundo Fernando Costa, esta obra já terá parado na zona em causa, só continuando “na zona que é pública”.
Quando questionado pela Gazeta das Caldas por estar a referir-se a problemas apenas em obras cujos projectos são do vereador Hugo Oliveira, Fernando Costa afirmou que o jornalista estava a ser “maldoso ou desonesto, por querer dizer que os defeitos são só da responsabilidade do Hugo Oliveira”.
O edil salientou que “as obras são da câmara e a responsabilidade última é minha” e é normal acontecerem estes problemas em intervenções do género, por isso não admite que se insinue que estaria a tentar responsabilizar Hugo OIiveira.
“Não foi só a equipa de Regeneração Urbana, que o QREN nos impôs, que errou. Foram também alguns engenheiros da câmara que não acautelaram isso devidamente”, adiantou.
Questionado também pelo nosso jornal pelo facto de ele estar menos do que é habitual a acompanhar os trabalhos nesta zona, garantiu que tem-no feito. “Eu não preciso de andar com vocês (jornalistas) para tirarem fotografias” às suas visitas. O autarca acha que não deve haver servilismo por parte dos jornalistas em relação às suas visitas, embora no dia anterior tenha convidado a imprensa a estar presente na distribuição dos cabazes alimentares aos mais carenciados.
O autarca garantiu que ainda no dia anterior tinha estado no largo da Copa, tendo dado ordens para aquela zona ser limpa por causa do dia da Cidade.
Também a obra junto ao hospital termal estará a ter “demasiados trabalhos a mais”, o que vai encarecer o seu custo. Um descontrolo que a Gazeta tinha referido na edição de 20 de Abril,  a qual mereceu um extenso comunicado de resposta do vereador em defesa dos seus técnicos, que são criticados novamente pelo presidente da Câmara.
Estava no programa das festas da cidade uma visita às obras da Regeneração Urbana, mas a passagem da comitiva fez-se em passo acelerado porque o ministro Miguel Relvas estava com pressa para se ir embora. O governante nem chegou a passar no largo João de Deus, onde as obras já terão terminado, tendo sido conduzido apenas no perímetro à volta do hospital termal.

Pedro Antunes

pantunes@gazetadascaldas.pt

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