
A voz familiar da rádio lançou “A Voz de Um Corpo Sem Memória” na rádio caldense 91FM, no Dia da Mulher
Fernando Correia, jornalista e escritor, veio às Caldas lançar aquele que é o seu 42º livro. “A Voz de Um Corpo Sem Memória” foi lançado no Dia da Mulher e é uma homenagem à mulher.
O livro divide-se em duas partes: uma primeira, factual, que conta como o ex-jornalista da TSF se viria a apaixonar por Vera, a esposa e mãe das três filhas (sendo que o autor já tinha dois filhos do anterior casamento).
Conheceram-se em 1961, quando ela tinha 18 anos e veio a Portugal com a tia, a artista Maria da Graça. Fernando Correia foi fazer a reportagem da chegada da artista e acabou a fazer a corte à sobrinha. Passado um mês, tia e sobrinha voltaram para o Brasil e os enamorados ficaram nove anos sem se ver. “Ao fim de nove anos fui ao Brasil fazer uma reportagem para a Emissora Nacional e reencontrei-a”, recorda. A partir daí, começaram a viver juntos.
“Alzheimer é uma doença terrível porque quando se perde a memória perde-se tudo”
“Vim muitas vezes às Caldas relatar jogos do Caldas para a Taça de Portugal ”
Fernando Correia
A segunda parte do livro é, nas palavras do autor, “espiritual e até filosófica” e trata o monólogo que esta conhecida voz da rádio tem mantido com Vera, que há vários anos está internada com Alzheimer. “É uma doença terrível, porque faz perder a memória e quando se perde a memória perde-se tudo”, nota.
“O livro sou eu a falar por ela”, esclarece Fernando Correia, explicando que a obra também poderá ser “uma ajuda para pessoas que têm na sua família doentes com Alzheimer”.
Este livro vem na sequência de um outro, publicado há sete anos e intitulado “Piso 3 – Quarto 313”, que serviu precisamente de alerta para esta doença e que retrata os acontecimentos até ao internamento da esposa.
Ao longo de décadas de relator desportivo, Fernando Correia recorda as vindas às Caldas com carinho. “Comecei a relatar ativamente em 1966 e vim muitas vezes às Caldas fazer relatos de jogos do Caldas para a Taça de Portugal”, contou à Gazeta.
“Sendo um local que, infelizmente, não é muito frequentado pela 1ª Divisão, o que é uma pena, porque é uma grande cidade e uma grande região e porque o Oeste precisava de ter uma equipa forte na Liga”, o jornalista recorda as vezes que relatou jogos na Mata.
“Nas Caldas come-se muito bem e também se bebe muito bem e aqui só tenho amigos”, assegura o comentador, contando que até já se disponibilizou para ir acompanhar os relatadores da 91FM num jogo do Caldas, “para recordar tempos antigos”. ■






























