Este ano, a tradicional Feira do 15 de Agosto das Caldas durou quatro dias, entre 12 e 15 de agosto, mas ficou muito longe de ser a romaria e a diversão de outrora. Hoje é um evento histórico que, de ano para ano, parece arrastar-se sem novidades. A edição deste ano fica marcada pela falta de vendedores, com muitos espaços do recinto “vazios” e distância entre as bancas. A falta de diversões já tem sido sentida e, desta feita, não foi diferente. Sente-se que é preciso fazer algo para manter a tradição.
Descrever a feira não é difícil, ora vemos roupa ou calçado, artigos utilitários e brinquedos (poucos), ora temos as guloseimas. Carrosséis são três. Ali perto, a novidade do ano, uma pista de karts, que animou os jovens e os menos jovens. Há perfumes e bijuteria, mas também comida (bifanas, hamburgueres, cachorros, kebabs e o tradicional “frango com pó”). Há quem venda fruta (especialmente o melão e a melancia) e quem venda azeite. Noutra banca uma padaria sobre rodas, de um lado faz-se o pão, do outro coze-se.
A vender os enchidos e os queijos alentejanos e de outras origens, Edi Peixinho, que vem de Santarém, já faz esta feira há quatro anos. “Tem estado a correr bem, vamos sempre vendendo algo”, disse. “Para o próximo ano penso que era bom agrupar mais a feira para não haver espaços entre as bancas”, analisou. As melhorias ao nível do piso, para evitar o pó que se levanta, especialmente em dias de vento ou quando a afluência à feira é maior, também seriam importantes para os vendedores.
Belmiro Henriques vem do Entroncamento para vender roupa há 25 anos. “Está uma boa feira, e está a correr bem, com bastantes pessoas no dia 15, mas penso que há poucas diversões e que as bancas deveriam estar mais próximas”, referiu. “A Feira do 15 de Agosto deve continuar por muitos anos”, exclamou.
A passear pela feira encontramos António Jorge, que veio de São Domingos (Salir de Matos) e é presença assídua na feira. “Está muito fraca, nem parece o 15 de Agosto, parece quase o mercado semanal, fazem falta mais bancas”, afirmou. A mesma opinião tem a caldense Ana Silva, que foi à feira, em família, cumprir a tradição. “Não tinha diversões e tinha muito poucos vendedores e muito pouco público”, analisou.
O presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, admitiu que a feira ficou “aquém no número de vendedores, de diversões e de público” e revelou que o evento será alvo de uma reconfiguração no próximo ano. “Queremos recuperar a notoriedade desta feira, com a consciência de que são tempos diferentes”, afirmou.
O autarca salientou que este ano foram criadas algumas regras para que o evento não se cinja apenas ao dia 15, por exemplo, a inscrição obrigava os feirantes a estar presentes entre 12 e 15 de agosto. “Isso criou alguma dificuldade”, reconheceu, mas “permitiu aos que vieram ter melhor resultado”. “Estimamos que no futuro, com esta abordagem, a feira possa ser mais apelativa e ter mais diversões e comerciantes”, frisa Vítor Marques.
Em setembro será calendarizada a data da feira do próximo ano para a preparar com antecendência. “Tem um histórico bastante relevante do qual não queremos abrir mão”, advoga. No futuro, o objetivo do executivo é alterar o local das feiras e mercados para a zona dos Texugos, perto do Continente. “Gostaríamos de ter um espaço novo, mas até lá, e ainda não será no próximo ano, tudo faremos para a dotar de melhores condições possíveis”, concluiu. ■






























