Durante quatro dias cumpriu-se a tradição com a realização da Feira do 15 de Agosto, que não trouxe grande novidades este ano. A mais notada será uma rede que foi colocada no chão para evitar que o pó se levante. No recinto existiam quatro carrosséis e as normais bancas com roupa, ténis, utilidades e brinquedos. Os vendedores queixaram-se que fizeram pouco negócio.


A feira é um local colorido. Quando entramos salta à vista a diversidade de cores das peças estendidas nas bancas e penduradas a esvoaçar ao vento. “Venham ver, é novidade”; “Um a três euros, dois a cinco”; “Peça de qualidade a um euro”; ouve-se mal se começa a passear pelos corredores entre as bancas. Os vendedores lá vão dizendo os seus pregões, a tentar captar a atenção de quem passa. Uns batem palmas enquanto gritam, outros preferem uma abordagem mais calma.
No fundo começa a ouvir-se a música dos carrinhos de choque (para adultos e para crianças) e dos outros dois carrosséis.
No ar cheira a farturas, mas à medida que andamos vamos recebendo outros odores. Ora cheira a algodão-doce e a pipocas, ora mais abaixo sente-se o aroma da carne a assar.
É a tradicional roulotte ao fundo da feira onde se come o conhecido frango com pó (o nome pelo qual ficou conhecido pelas noites em que o vento soprava e levantava pó) e outras carnes na brasa.
Seguimos e passamos pelas bancas com roupa para todos os estilos e idades, ténis e sandálias, ferramentas, toalhas de praia e de banho, chapéus, malas, bijuteria, perfumes, tecidos e roupa de cama, pássaros e rações. Mas muitos outros produtos ali podem ser encontrados. A tradicional banca dos CD’s musicais não falta.
Entre as bancas encontramos cavacas e beijinhos, mas também hambúrgueres, bifanas e kebabs. Quanto às guloseimas, não faltam as de sempre: farturas e churros, algodão-doce, pipocas e gelados.
No chão talvez a maior novidade deste ano: além da brita, foi colocada uma rede fina verde (das obras) para evitar que o pó se levante.
Vendedores queixam-se da falta de vendas
Falamos com alguns vendedores, que se queixam da falta de vendas. Gilberto Bernardino, da Ribafria, há 15 anos marca na agenda a feira do 15 de Agosto e não nota melhorias na edição deste ano. “Este ano deve estar mais ou menos o mesmo número de pessoas que no ano passado”, referiu, queixando-se da falta de condições para os vendedores. “Foi colocada uma casa de banho de contentor, mas não dá para tomar lá banho porque o cilindro não funciona”, contou.
A vender roupa interior, lamentou não ter feito receita suficiente para pagar as despesas. “O terrado é caro e pagamos a luz, se juntarmos a alimentação…”, fez notar o feirante, afirmando que o espaço da feira deveria ser alcatroado.
Essa é uma ideia com a qual o casal Isabel Horta e Martinho Eugénio concorda. Como é costume, o casal caldense veio à feira com filho, Simão. “O chão está melhor, mas poderia ainda ser melhorado, por exemplo com o alcatroamento dos corredores onde as pessoas passam”, disse Martinho Eugénio.
Isabel Horta acha que este ano o evento “está melhor, tem mais expositores e está melhor organizado”. A caldense considera que a Feira do 15 de Agosto “é um evento para manter todos os anos, para não se perder a tradição”.
Já a sair da feira encontramos a família Pedro Luís e Vera Coelho, com o filho Miguel ainda na barriga. Vieram de Turquel para uma consulta no hospital e aproveitaram para passar na feira, que não conheciam. “Está uma feira completa”, disseram.








































