Principalmente na segunda-feira, a feira esteve muito movimentada com mais pessoas a comprarem relativamente ao ano anterior | BEATRIZ RAPOSO
Este ano a tradicional Feira do 15 de Agosto começou três dias antes, no dia 12, sexta-feira. Ou pelo menos assim o anunciou a Câmara das Caldas. É que no primeiro dia do evento o recinto estava praticamente vazio, com meia dúzia de bancas e muito pouco movimento. No sábado o cenário foi semelhante e só no domingo e segunda-feira é que a feira se assemelhava àquilo que supostamente deveria ser: uma feira com mais de 100 vendedores.
“Embora a Feira seja anunciada por quatro dias, a verdade é que só rende um dia e meio [tarde de domingo e segunda-feira]”, afirma António Catarino, feirante de 44 anos que vem ao 15 de Agosto desde os cinco, à época com os seus pais. Na sexta-feira os vendedores montaram as bancas e foi-lhes instalada electricidade, mas até domingo o recinto ainda não estava totalmente composto. É que há vendedores que só chegam nos últimos dois dias, o que não joga a favor da feira, que fica assim a meio gás e não atrai tantas pessoas.
Mas nem tudo é mau nesta edição da Feira do 15 de Agosto e este ano os feirantes notaram mais poder de compra nos visitantes. Embora muitas das pessoas ainda se dirijam à feira apenas para dar um passeio, também se viram muitas com sacos nas mãos. Principalmente emigrantes. “A feira já passou por várias fases, mas acho que agora as coisas estão a melhorar novamente. Sofremos muito com a vaga das lojas chinesas, mas agora os compradores voltaram a interessar-se pela origem dos produtos e preferem o que é nacional”, explica António Catarino, que vende calçado.
Contudo, o comerciante queixa-se dos encargos fiscais, revelando que paga 100 euros pelo seu espaço e ainda 70 euros de luz. “Se nos facilitassem um bocadinho mais a vida conseguíamos obter mais lucro”, esclarece.
VARIEDADE DE PRODUTOS
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Para chamar a atenção dos visitantes, os comerciantes fazem-se ouvir em alto e bom som com megafones e microfones, competindo entre si pelo preço mais baixo. Nalgumas bancas todos os produtos custam um euro.
Há de tudo um pouco na Feira do 15 de Agosto: roupa de casa, vestuário para senhora e homem, perfumaria e cosméticos, roupa interior, acessórios (colares, brincos, relógios, óculos de sol, chapéus), aparelhos tecnológicos, CD’s, calçado, bordados, enchidos, materiais de bricolage e agricultura, passarinhos e gaiolas, brinquedos, tapetes, utensílios de cozinha e casa de banho, plantas e doçaria tradicional. Há até os chás curativos de Joaquim Tomé Gabriel, que vem de Lisboa com a promessa de curar ou melhorar – através de medicinas naturais – problemas como a asma e a bronquite, o colesterol e a prisão de ventre.
Não faltam as roulottes com cachorros, bifanas, pão com chouriço, algodão doce, farturas e porco no espeto.
O que fica aquém são as diversões. Os três carrosséis atraem apenas o público infantil, restando aos adultos divertirem-se nos carrinhos de choque. Se o problema da falta de estacionamento também continua por resolver, os feirantes elogiaram as condições de higiene e segurança do recinto.
Este ano os carrosséis estavam apenas direcionados para o público infantil | BEATRIZ RAPOSO