Fátima Lavareda é um fenómeno das vendas online

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O sucesso deve-se ao seu carisma e à boa relação entre qualidade-preço

Fátima Lavareda é uma vendedora nata. Quem assiste aos seus diretos nas redes sociais percebe, de imediato, o talento que exibe para as vendas e o tratamento personalizado que presta a muitos que a ouvem. “Estou a vender para clientes em todo o mundo, sobretudo para a diáspora”, especificou a empresária, de 57 anos, que se dedica à venda de vários artigos para casa desde panos de louça, toalhas de mesa, pijama, sem esquecer lençóis e edredons.
Não raras são as vezes que consegue ter online e, em simultâneo, mais de mil pessoas que assistem e que lhe compram artigos, que a caldense descreve, referindo alguns detalhes relativos à cor, tipo de material ou detalhe decorativo. Quem assistir às sessões semanais – que, por norma, têm quatro horas e decorrem ao final da tarde de domingo – fá-lo de destinos longínquos como Austrália, Suíça, Bélgica, Luxemburgo, Canadá, EUA, França e Reino Unido, assim como de várias localidades portuguesas.

Encomendas para o mundo
Todos os dias saem a partir do centro das Caldas dezenas de encomendas que por via CTT Expresso são expedidas para todo o mundo.
“Chego a vender dezenas de conjuntos de panos de louça, de aventais, de toalhas ou de lavores”, comentou a empresária, natural do Painho (Cadaval), e que vive há 25 anos na cidade.
Antes da pandemia, Fátima Lavareda pedia, para posterior venda, peças em croché a uma dezena de artesãs da região.
E não são apenas as clientes que gostam da particular forma de a cadavalense apresentar os produtos, muitos bordados e com pormenores decorativos. São também os fornecedores que comentam a eficaz capacidade de venda, alguns até entram nos seus diretos para comentar.

A empresária faz sessões de quatro horas e vende tudo o que propõe aos seus clientes

“Gosto de trabalhar, de desenvolver o meu negócio e de agradar ao meu público”, disse a empresária, a quem, porém, falta “tempo” para descrever os artigos.
A maioria dos seguidores já conhece a vendedora, bem como a qualidade dos artigos e, por isso, muitos começam, desde cedo, a pedir para reservar determinados artigos.
“Quando cheguei às 1300 pessoas em simultâneo até me emocionei”, disse à Gazeta a empresária, que sabe que os artigos para casa “não são tão atraentes para o público feminino como outros como a roupa ou a bijuteria”. E dá como exemplo uma venda recente que durou apenas minutos. Tinha 25 exemplares de panos pintados à mão e decorados com croché e “vendi todos os exemplares em poucos minutos!”, revelou a empreendedora, que chega a preocupar-se com clientes, pois vê que algumas “compram desalmadamente” e até de forma “compulsiva”.

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Boa relação qualidade-preço
Tendo em conta que a larga maioria das suas clientes são emigrantes, Fátima Lavareda pensa organizar “uma grande festa, programada para o próximo mês de agosto que será feita “para agradecer” às clientes que a acompanham neste negócio. Assim a pandemia o permita.

O sucesso deve-se ao seu carisma e à boa relação entre qualidade-preço

Questionada sobre qual a razão para este sucesso, Fátima Lavareda acredita que é “pela simplicidade” que revela. Outro dos segredos é a relação qualidade-preço dos produtos e também “o passa a palavra”, entre as clientes, facto que lhe permitiu chegar a números interessantes nas sessões semanais.
“Após os diretos, temos sempre muito trabalho”, referiu a empresária, que ainda fica a dar valores e quem pediu artigos e que, depois, durante a semana prepara a expedição das encomendas para todo o mundo.
A responsável apresenta peças para várias bolsas, mas vende melhor o que tem mais qualidade. E tanto comercializa panos de cozinha a 5€, como toalhas de mesa em croché e que podem custar 200€.
No futuro, quer aumentar a equipa de colaboradores de modo a permitir-lhe apenas fazer as compras e dedicar-se a 100% aos diretos. As compras semanais podem rondar entre os 3 e 5 mil €, investindo em artigo nacional. Fá-lo com gosto, pois sente que está a ajudar a indústria lusa. “Já cheguei a precisar de mais artigos, mas as fábricas estão a produzir menos artigos com receio de não os escoar”, disse a empresária, que já inspirou outras vendedoras a começar a vender online. ■

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