Falta de segurança e de higiene no Largo do Colégio Militar

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Moradores do Largo do Colégio Militar e das ruas em redor têm vindo a queixar-se ao nosso jornal dos abusos cometidos por algumas pessoas, na sua maioria de etnia cigana, naquele espaço que o tornam impróprio para ser usufruído pela comunidade.
Algumas famílias utilizam o largo como local de permanência sem respeitar regras básicas de higiene e de convivência social. Frequentemente realizam ali refeições, fazem demasiado barulho, tendo já acontecido também alguns desacatos e rixas que acabam sanados antes da chegada da PSP.
Os moradores que têm contactado a Gazeta para denunciar esta situação fazem-no sob anonimato porque receiam represálias daqueles que se julgam os donos do largo. Alguns dos nossos leitores têm-nos escrito cartas, por vezes anónimas, e outros têm vindo à nossa redacção. A característica comum é que todos assumem terem medo.
“Vivo aqui há 46 anos e sinto uma revolta muito grande por ver esta situação”, disse-nos uma senhora. “As crianças não podem ir brincar para o largo”, disse-nos uma mãe. “Há pessoas que se vão embora porque não querem viver aqui e inquilinos que partem, ficando os apartamentos por arrendar”, acrescentou a mesma moradora, que também prefere manter o anonimato, tendo contado que, por vezes, as pessoas mais idosas são provocadas pelos “residentes” do largo.
Uma frase recorrente é: “ninguém quer ir para o parque porque aquilo é deles”.
Abílio Camacho, presidente da Junta de Freguesia de Sto. Onofre, disse à Gazeta das Caldas que “tenho conhecimento e tenho andado a falar com eles e com os moradores, mas isto é uma situação que não consigo resolver”.
O autarca diz que “quando estão a fazer distúrbios e se chama a polícia (eu próprio já chamei), quando a PSP chega, já não há nada”. E prossegue: “os polícias dizem que não há motivos para actuar porque não vêem ninguém a fazer desacatos. Eu até estou com alguns receios de que haja confusões mais sérias”.
Abílio Camacho diz que só a Câmara poderá intervir para retirar as pessoas daquele espaço público, sobretudo quando estes ali fazem fogueiras e barulho a mais.
Gazeta das Caldas contactou a Câmara Municipal, mas não obteve resposta. E contactou também a PSP das Caldas da Rainha, cujo comandante, Firmino Rodrigues, disse que só poderia falar sobre este assunto depois de devidamente autorizado pelo comando distrital ou nacional da PSP. Ou seja, para a PSP, para um seu comissário poder falar de um problema ao nível de um bairro de uma cidade, é necessário autorização superior.

Carlos Cipriano

cc@gazetadascaldas.pt

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