Falta de médicos motiva manifestação em Turquel

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Duas dezenas de pessoas manifestaram-se esta terça-feira, 11 de Dezembro, contra a falta de médicos e falta de condições na extensão de saúde, agora denominada Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) D. Nuno. Com a aposentação de um dos médicos que ali prestava consultas diariamente, os utentes dizem-se “desamparados” e queixam-se de ter que ir para a porta do edifício ao início da madrugada para garantir uma consulta. Uma situação que piorou com as férias de dois outros profissionais, conforme se podia ler nos avisos colados na porta do edifício.
Júlia Ramalho, uma das promotoras da manifestação, diz que “já havia uns 500 utentes sem médico de família” aos quais se juntam agora os “cerca de 1.600 que eram assistidos pelo Dr. Gomes e agora não têm médico”. A turquelense queixa-se do facto de o médico que veio substituir o colega agora aposentado só atender 10 utentes na tarde de terça-feira e outros dez na manhã de quarta. “O Dr. Gomes estava cá todos os dias e tinha sempre trabalho. E mesmo assim já era difícil arranjar consulta, quanto mais agora”, reclamava a utente na manhã de terça-feira.
Por entre os manifestantes ouviam-se casos de doentes oncológicos a necessitarem que lhes fossem passadas receitas para medicamentos e credenciais para exames, doentes crónicos que não conseguem arranjar consulta, pessoas cujas baixas acabavam naquele dia e garantiam não estar em condições de voltar ao trabalho. Mas na ausência de médico, também não sabiam quem lhes ia garantir os documentos necessários.
Marco Santos denunciava as “confusões” geradas pela falta de médico de família, que garante já não ter há muitos anos. De baixa, o turquelense diz que é “obrigado a andar a saltar de médico em médico”.
Já José Costa Tereso, representante da Junta de Freguesia de Turquel, diz que a situação vivida em Turquel “está péssima” e espera que tudo esteja resolvido até final do ano. “Turquel é uma freguesia com 4.748 pessoas e já três médicos eram insuficientes. Agora dois é uma lástima”, diz.
Quanto ao estado do edifício, José Costa Tereso salienta que o centro de saúde tem 20 anos “e nunca levou obras”. Pinturas no exterior e no interior e uma cobertura onde as pessoas que vão para o centro de saúde de madrugada se possam abrigar são as prioridades apontadas pelo responsável.
Gazeta das Caldas contactou o Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte para obter esclarecimentos sobre a situação da UCSP D. Nuno mas não obteve resposta em tempo útil.

Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt

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