Falta de chuva no Inverno passado reduziu para metade a produção de pêra rocha no Oeste

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Na última campanha da pêra rocha houve quebra na produção na ordem dos 50%, em relação a 2011, por causa da seca que se registou este ano e devido à falta de nutrição dos pomares. A explicação foi dada por Carmo Martins, técnica do Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN) durante as Jornadas Técnicas da Pêra Rocha que tiveram lugar a 13 de Novembro no Bombarral.
Em debate estiveram também dois problemas fitossanitários que se verificaram na campanha passada e que afectam este cluster. João Azevedo, da Associação de Produtores Agrícolas da Sobrena (APAS), falou sobre os factores determinantes no controlo da estenfiliose, enquanto Délia Fialho, da Frutus, e Rosário Antunes, da Frutoeste, abordaram a monitorização e controlo da filoxera.
No período da tarde foi feito o balanço do primeiro ano de emissão dos modelos de previsão de infecção por fogo bacteriano, numa apresentação de Alexandre Pacheco, da APAS. “Devido ao impacto que esta doença tem na produção, houve uma grande mobilização do sector para se poder montar sistemas de avisos de probabilidades de risco”, explicou Carmo Martins.

Menor tempo de conservação agrava custos

As alternativas ao uso do DPA (produto usado na prevenção do escaldão que permite a conservação em atmosfera controlada de pêras e maçãs por um maior período de tempo), foi o tema abordado por Domingos de Almeida, docente da Universidade do Porto. “O produto que é utilizado na conservação da pêra rocha foi proibido pela União Europeia e agora temos que encontrar alternativas”, afirmou a técnica do COTHN.
O produto até agora utilizado “era extremamente eficiente e possibilitava que a pêra pudesse ser conservada durante nove meses”, permitindo a sua comercialização durante um período mais alargado.
Segundo a técnica, actualmente “não existe nenhum produto que tenha a mesma eficiência, ou seja, a janela de comercialização vai ser mais curta, o que implicará um agravamento dos custos, gerará uma quebra nos preços, podendo colocar em causa a própria sustentabilidade da fileira”.
Ainda em relação ao balanço da última campanha, a comercialização e exportação foi semelhante à campanha anterior, sendo que “a grande diferença prende-se com uma melhoria ao nível dos preços, algo que se deve ao facto de haver menos produção e ao trabalho da ANP junto da grande distribuição”.
Brasil, Reino Unido, França e Rússia continuam a ser os mercados para onde se exporta mais pêra rocha. Desde o ano passado, Marrocos também tem sido “um mercado importante”, frisou a técnica.
Organizado pelo COTHN e pela Associação de Produtores de Pêra Rocha, o evento contou com a presença dos técnicos e empresários das várias organizações de produtores da região.
Segundo explicou Carmo Martins, as jornadas “são um encontro anual entre os técnicos onde se debatem alguns dos aspectos mais importantes relacionados com a cultura da pêra rocha”.
P.A.

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