
Faleceu no passado domingo num Lar de Idosos, nos arredores das Caldas da Rainha, para onde havia sido transportado há quatro dias na sequência do agravamento do seu estado de saúde, Hergildo Ferreira Velhinho, com 87 anos de idade, que foi o último presidente da Comissão Administrativa das Caldas da Rainha, até às primeiras eleições democráticas em finais de 1976. O funeral realizou-se na segunda feira, às 16h00, no cemitério de Santo Onofre.
Hergildo Velhinho foi comerciante e industrial nas Caldas da Rainha, ligado ao sector das alfaias agrícolas e depois das máquinas para a indústria cerâmica, até aos anos 90.
Em 1975 substituiria na presidência da Comissão Administrativa da autarquia caldense, Manuel Perpétua, também já falecido em 2011. A sua actividade cívica ainda se distinguiu como dirigente da Associação dos Bombeiros Voluntários das Caldas da Rainha e do Conjunto Cénico Caldense. Na sua juventude foi um artista muito criativo, utilizando o ferro forjado, sendo da sua autoria o mural colocado na frontaria do Café Maratona. A ele se referiu Luiz Pacheco da seguinte forma: “Três autênticos valores que vivem na região (Ferreira da Silva, agora em Paris como bolseiro da Fundação Gulbenkian, e Hergildo Velhinho, ambos das Caldas da Rainha; e Jorge Almeida Monteiro, JAM do Bombarral)”. Todos estes, porém, empregavam um metal nobre, o cobre, nos seus Martelados.” (“& ETC”, do Jornal do Fundão, e republicado em Literatura Comestível, Lisboa, Estampa, 1972).
Candidato às primeiras eleições autárquicas pelo PS, perderia para José Luís Lalanda Ribeiro, que se apresentou pelo PSD, com uns resultados que o deixaram desgostado, nunca tendo mais tido uma participação política formal.
Homem excepcionalmente voluntarista e pragmático, conseguiu num ano e alguns meses, fazer no concelho algumas obras que perduraram para sempre, nomeadamente ao nível do abastecimento de água, electricidade e esgotos, num tempo em que tudo estava carente. A ele se deve um facto surpreendente visto à luz dos nossos dias, que foi a primeira experiência da emissão de televisiva a cores no nosso país, tendo como base um filme das Caldas da Rainha, realizado por Alfredo Tropa.
À família, Gazeta das Caldas, de quem ele foi um amigo indefectível durante muitos anos, apresenta os sentidos pêsames.
J.L.A.S.






























