Faleceram duas nonagenárias que deixaram a sua marca

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Ana Pessoa de Carvalho e Estefânia Barreto

Morreram, na semana passada, Estefânia Barreto e Ana Pessoa de Carvalho

 

Estefânia Barreto faleceu no passado sábado, 14 de outubro, aos 99 anos. A viúva, natural das Caldas era residente na Quinta de Santo António nas Caldas. Em entrevista à Gazeta das Caldas, em 2019, Estefânia Barreto contou o seu percurso, acrescentando que viveu um casamento feliz com Luís Barreto, que durou 57 anos. O casal teve três filhos, dois rapazes e uma rapariga.
Estefânia Barreto começou por trabalhar no então Dispensário de Higiene Social que ficava na R. do Montepio onde abriu o serviço de puericultura em 1961. Tinha o curso de visitadora sanitária relacionado com a saúde pública. Mais tarde, foi equiparado a enfermeira desta área específica. Um dos projetos do casal Estefânia e Luís Barreto foi o Inferno d’ Azenha, espaço de tertúlia situado na Quinta e que mais tarde deu lugar a uma discoteca. Aos 94 anos, foi fotografada na sua moto4. Tinha duas, uma com a qual se movimentava na quinta, outra para vir às Caldas.
Ana Pessoa de Carvalho faleceu a 10 de outubro, aos 94 anos, na sua casa em Lisboa. Em conversa com Gazeta das Caldas, a propósito da Secla, em 2018, afirmou que tinha “uma ligação afetiva à fábrica” já que o seu pai, Fernando Ponte e Sousa, foi um dos fundadores da unidade fabril caldense. Da fábrica, Ana Pessoa de Carvalho recordou-se de Ferreira da Silva e de Herculano Elias e ainda da diretora artística, Hansi Stael. “Lembro-me de acompanhar o meu pai ao atelier dela”, contou, recordando como a artista húngara gostava de usar os temas da região para decorar as peças. São exemplo disso as pinturas das mulheres da Nazaré em grandes pratos também produzidos naquela fábrica caldense. Mais tarde, já casada com Pessoa de Carvalho, este acabou por integrar a gestão da Secla. À medida que o marido ganha importância na administração da fábrica, o pai, Ponte e Sousa vai, aos poucos, afastando-se da gestão da empresa. Quando veio morar para as Caldas, nos anos 70 com os seus 10 filhos, foi também convidada pelo bispo de Lisboa, D. António Marcelino a dar aulas de Religião e Moral nas escolas secundárias das Caldas. Um dos seus filhos, Paulo Pessoa de Carvalho, hoje empresário, também trabalhou na Secla, tendo passado pelo departamento de pessoal, logística e, mais tarde, pela área comercial. ■

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