A Fábrica de Faianças Bordallo Pinheiro é notícia no jornal britânico The Guardian. Na sua edição de 18 de Agosto, a jornalista Trish Lorenz mostra como uma marca portuguesa com 134 anos chamou a atenção dos “millenials”, termo usado para categorizar os nascidos entre 1980 e 2000 e que se caracterizam por ser criativos, idealistas, não darem muita importância ao dinheiro e serem críticos em relação às regras sociais.
A repórter faz uma descrição detalhada de algumas peças da fábrica, como o lagarto no rebordo de um vaso, de um prato com uma joaninha, tigelas em forma de tomate e terrinas em forma de abóbora. Um mundo que é extravagante, colorido e excêntrico, e cujas criações surrealistas estão a ocupar as mesas e os feeds do Instagram em todo o mundo, refere Trish Lorenz.
No artigo, o fundador da fábrica, Bordalo Pinheiro, é apresentado como um visionário, um “socialista subversivo” que gostava de gozar com a sociedade portuguesa do final do século XIX. “Ele era um caricaturista, designer de interiores, escultor e editor de jornais satíricos, com o desrespeito de um artista pelas convenções. O seu sonho foi elevar os utensílios de mesa quotidianos aos padrões de design das peças de porcelana”, refere, acrescentando que os seus desenhos estão fortemente enraizados na cultura portuguesa, no património culinário e no ambiente natural.
A jornalista americana esteve na fábrica e falou com a sua directora artística, Elsa Rebelo, que lhe explicou que “Raphael queria legumes, flores, insetos, peixes e animais na mesa. Ele também tinha paixão pela ciência – “uma sensibilidade técnica” e que o seu objectivo era o de criar objectos que se parecessem o mais possível com o real. A abrir lojas este ano em Paris e Madrid, metade do milhão de peças vendidas o ano passado foi para compradores fora de Portugal.
O The Guardian refere que a maneira da empresa trabalhar não tem mudado muito, que o seu edifício mais parece um grande estúdio do artista do que uma fábrica, e que os produtos são quase todos feitos à mão por 250 pessoas. “Do lado de fora da oficina dos moldes, peças de animais ficam em longas prateleiras como se de um jardim zoológico se tratasse”, refere o artigo publicado na secção de life and style.
A jornalista explica ainda como os trabalhadores criam e pintam as peças e sossega os fãs da marca de que não há perigo de ficar sem novas criações. “Temos o suficiente [nos arquivos] para lançar novos produtos por mais 100 anos ou mais”, assegurou Elsa Rebelo ao The Guardian.
Faianças Bordallo Pinheiro são notícia no The Guardian
- publicidade -































